Ainda persistem algumas marcas desses tempos conturbados, mas o país vive agora um período de maior tranquilidade que se traduz num desenvolvimento global bastante significativo.

Angola, com cerca de 21 milhões de habitantes, tem vindo a construir-se e a consolidar progressivamente as suas bases. Ao percorrer as ruas de qualquer cidade a tendência mais natural é que se observem as paisagens em redor, as pessoas que passam e respectivos costumes ou vestes, mas também a arquitectura acaba por dizer muito sobre um país e a sua cultura. Neste sentido, relacionamos o desenvolvimento de um país, e consequente modernização, com a construção das suas infra-estruturas.

É por isto que, em Angola, se tem apostado na reedificação do país, sobretudo de edifícios da Administração Pública, empreendimentos económicos e instituições religiosas - os mais assolados durante o período de guerra.

É fundamental, antes de mais, ter um plano global para um país e analisar como este pode evoluir por forma a ser mais eficiente, aproveitar todos os seus recursos e a relacionar-se melhor com o resto do mundo. Contudo, é essencial que este processo não destrua a identidade do país.

É reconstruir o que necessita de obras, tornar as construções mais modernas e adaptadas às necessidades das pessoas, sempre com o objectivo de desenvolver, mas sem nunca esquecer a preservação do que é Angola e do que é ser angolano.

Nesse sentido, o Governo definiu um plano de obras para reconstruir a nação com o objectivo, acima de tudo, de melhorar a vida da população. Este inclui a reconstrução de mais de 2,2 mil quilómetros de estradas, a construção de portos e aeroportos, obras de sistemas de distribuição de água, escolas, centros de maternidade, distribuição de energia, hospitais, entre outros, sempre em conjunto com diferentes entidades públicas e privadas.

As obras de reconstrução são um exemplo de desenvolvimento do país que não só acredito que contribuem para fazer avançar o mesmo em vários sectores como também melhoram a sua imagem perante a opinião pública internacional.

Todavia, neste campo, é importante ressalvar que este investimento não deve nunca ser assimétrico e que é essencial contemplar também as zonas mais remotas do país. Penso que a estratégia tem de passar por reabilitar o que existe, criar maior sustentabilidade ambiental e energética nas edificações, melhores condições de conforto e melhores acessos para deslocações internas com o intuito de, no fim, gerar melhor qualidade de vida.

Este tem sido e continuará a ser o grande desafio que se coloca a Angola nos próximos anos e acredito que, com o amenizar das condicionantes externas, como a crise actual, será possível de se concretizar.

*Director Geral da Opaia Construções