"Trazem-nos aqui um orçamento cheio de zonas cinzentas, com o mesmo cântico de sempre da melhoria de qualidade de vida dos cidadãos", da "preservação da unidade e coesão nacionais, entre outras coisas", argumentaram os três partidos ao votarem contra a proposta do OGE 2016. Para a oposição, "continua a ser passado um cheque em branco ao titular do Poder Executivo para gerir dinheiro do povo sem uma transparente prestação de contas".

"Continua a ser permitido ao Presidente da República mexer no orçamento como quer, quando quer", reclama. Segundo a UNITA, a CASA-CE e o PRS, "as verbas atribuídas à agricultura continuam a ser incipientes, o que denota incoerência com as sucessivas declarações do governo, segundo as quais a agricultura constitui uma prioridade central face ao seu potencial em termos de criação de emprego e, consequentemente, no combate à pobreza".

Reagindo às declarações da oposição, o presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, afirmou que "em 2016 o país continuará a crescer, atingindo uma taxa de 3.3 porcento, com o sector petrolífero a crescer 4.8 por cento e o não petrolífero a crescer 2.7 por cento".

A seu ver, a proposta de Orçamento Geral do Estado 2016 vem dar continuidade ao esforço do Executivo iniciado em 2015, no sentido de ajustar a economia angolana a esta nova realidade de relativa escassez de recursos. Acrescentou que será dada continuidade à tendência da diminuição da despesa pública, porém sempre com uma protecção ao sector social, que terá 42.2 porcento do total da despesa.

A Proposta do Orçamento Geral do Estado 2016 submetida pelo chefe do Governo foi aprovada na generalidade na terça-feira, pela Assembleia Nacional. O documento teve votos favoráveis dos grupos parlamentares do MPLA e da FNLA (147) e Votos contra da UNITA, CASA-CE e PRS (33 votos). O texto segue agora para as comissões de especialidade, devendo ser aprovada, em definitivo, até 15 de Dezembro.