Este ponto de vista foi reiterado pelo presidente da instituição, Manuel Costa, durante uma conferência de imprensa realizada segunda-feira, 23, que serviu para anunciar a realização nesta quinta-feira, 26, de um fórum empresarial, tendo em vista imprimir uma nova dinâmica à actividade do banco.

“Existem uma série de constrangimentos que limitam o desenvolvimento da actividade económica”, frisou Manuel Costa, quando questionado pelo NJ sobre o balanço da instituição ao longo dos nove anos. Segundo ele, “há problemas burocráticos centrados no início e desenvolvimento da actividade económica, fundamentalmente, por exemplo, na constituição de empresas e na obtenção de licenças”.

Para o desenvolvimento da actividade económica, onde intervêm factores subjectivos, porque há alguns costumes reprováveis que se foram constituindo nas pessoas extraírem rendimentos nesses processos, pela sua intervenção administrativa”, assinalou.

No entanto, referiu existirem exemplos de sucesso no sector empresarial privado que o BDA apoiou em termos de financiamento, o que a instituição pretende durante a realização do fórum. Deu ainda a conhecer a existência de um campo grande de intervenção, a exemplo de algumas das instituições do Estado, que ainda são um grande consumidor e que por razões subjectivas prefere importar ao invés de contratar bens e serviços internos, o que não cria oportunidades nem mercado para os que pretendem investir.

“A crise a que hoje assistimos, é uma oportunidade para a viragem, porque com a falta de divisas para importar, nós teremos que sobreviver e então aí está uma oportunidade na aposta no desenvolvimento da produção nacional”, realçou.

O Banco de Desenvolvimento de Angola é um banco público responsável pela gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento, que entrou em funções em Dezembro de 2006, celebrando assim o seu nono ano de operações.

Dados disponíveis indicam que o BDA colocou este ano à disposição dos bancos comerciais que operam no País, quatro linhas de crédito avaliadas em 35 mil milhões de Kwanzas que se destinam ao financiamento de pequenas e médias empresas dos sectores da agricultura, pecuária e pescas, indústria transformadora, comércio, serviços e infra-estruturas, no quadro da estratégia de diversificação da economia nacional. Para os sectores da agricultura, pecuária e pescas estão disponíveis cerca de 12,5 mil milhões de Kwanzas, infra-estruturas 10 mil milhões, enquanto para a indústria transformadora foram cabimentadas 7,5 mil milhões e comércio e serviços cinco mil milhões Kz.

Nesse sentido, o presidente do BDA considerou a necessidade de se tomarem medidas de forma a prevenir a degradação da carteira de crédito do banco, considerando elevado o nível do crédito malparado, juntamente com o nível de provisões, que também decorre da má qualidade dessa carteira.

O fórum empresarial do BDA teve por objectivo trocar experiências entre os intervenientes no desenvolvimento da actividade económica não petrolífera particularmente no domínio do investimento produtivo, identificar os pontos fracos e traçar estratégias para o êxito dos programas estabelecidos.

O BDA pretendeu igualmente promover o “networking”, a criação de oportunidades de negócios e o estabelecimento de novas parcerias para os clientes, realizando um simpósio subordinado ao tema: “Desafios ao Desenvolvimento da Actividade Económica Produtiva – As Experiências de Clientes do BDA” e uma mesa redonda sob o tema: “Medidas para a melhoria do ambiente para o sucesso do investimento produtivo”, a par da exposição em que 25 clientes do banco exibiram os seus produtos como resultado da acção financiadora do BDA.