Segundo o sindicalista Albano Jacinto Kiaku, o 1 de Maio é, para os angolanos, "uma data de festa" e um "momento de reflexão sobre o trabalho, as conquistas e as lutas diárias pela melhoria das condições de vida e de trabalho".
"O agravamento do custo de vida, o elevado índice de desemprego, associado à precariedade do emprego e níveis salariais baixos, continuam a constituir as principais preocupações dos trabalhadores", notou.
Ernesto Kunga José, membro da FNLA, "apela aos empregadores e ao Governo para minimizarem esses constrangimentos, promovendo, de forma continuada, acções concretas favoráveis para o desenvolvimento do sector produtivo, que é o que gera mais postos de trabalho e dinamiza o desenvolvimento".
Já António Jamba Elavoco, da UNITA, considera que a corrupção generalizada no país, o nepotismo e a má gestão do erário público são os responsáveis pela presente crise.
"O elevado custo de vida que se regista no país e as necessidades crescentes das famílias foram provocadas por um Governo que não se preocupou com a população", acusa.
Na opinião de Castro de Almeida Kirimbo, do MPLA, os angolanos vão comemorar o 1.º de Maio, com uma jornada de luta e de reflexão "sobre a necessidade de preservação e consolidação da paz, democracia, solidariedade e amizade entre os angolanos".
"O Executivo, com a ajuda dos angolanos, vai ultrapassar a crise. A diversificação da economia está em curso, portanto não há motivos para tanto alarido", tranquilizou.
Na opinião do militante da CASA-CE José Cruz Jany "para o Executivo minimizar a crise deve colaborar com o apoio de todos os actores sociais no país".
"A arrogância não nos leva a lado nenhum. Quando aprovam o Orçamento Geral do Estado não aceitam conselhos das pessoas. Se for assim, não vamos resolver os problemas que afligem a nossa sociedade", argumentou.
O 1 de Maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem na primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago e numa greve geral nos Estados Unidos, em 1886.
Três anos depois, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial. Foram os factos históricos que transformaram o 1 de Maio no Dia do Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores nunca pensaram exigir os seus direitos, apenas trabalhavam.