Uma instituição a operar em três edifícios em zonas diferentes e vários funcionários mandados para casa. Este é o cenário imposto pelo incêndio do dia 18 de Abril último, que levou ao resgate, com recurso a uma grua, do ministro da Hotelaria e Turismo (Minhotur), Paulino Baptista, e de mais de uma centena de funcionários do organismo.
Segundo a fonte do Novo Jornal, o ministro e os directores de departamentos estão a trabalhar no Hotel Vila Alice, enquanto um número restrito de funcionários labuta nas instalações do Instituto de Fomento Turístico (Infotur), propriedade do referido Ministério, sito em Talatona.
"Alguns funcionários que trabalham estão divididos entre o Infotur, Hotel Vila Alice e o edifício atingido pelo fogo. Pegam o expediente e a papelada na antiga sede e levam-nos para as instalações provisórias, onde decorrem os trabalhos correntes do Ministério.
Entretanto, grande parte dos funcionários está em casa, à espera das novas instalações", informou a fonte.
"O incêndio, apesar de afectar quase todo o sistema eléctrico do edifício, não nos destruiu os documentos. E o mais importante foi termos saído de lá vivos. Foi um susto muito grande", recorda a fonte, um dos mais de 100 funcionários do Ministério da Hotelaria e Turismo que estiveram no edifício durante o incêndio.
O interlocutor adiantou que, de acordo com informações que receberam dos seus superiores, o pelouro de Paulino
Baptista já escreveu para o Presidente da República a pedir a transferência do referido Ministério para um dos edifícios Clássicos de Talatona, a sul de Luanda.
O Ministério da Hotelaria e Turismo, antes de 2012 uma Direcção Nacional agregada ao Ministério do Comércio, é dos poucos órgãos administrativos do Estado sem sede própria.
Em Novembro de 2014, o Minhotur foi transferido das imediações do Largo 4 de Fevereiro, nas proximidades do Porto de Luanda, para a rua Major Marcelino Dias, no bairro Maculusso, onde funcionava num edifício propriedade do Ministério das Finanças.
Com 10 pisos e com menos de dois anos de existência, o referido edifício alberga a Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes (afecto ao Ministério das Finanças), cujo escritório não registou grandes estragos resultantes do incêndio iniciado no rés-do-chão e que se presume ter acontecido devido a um curto-circuito.
Descrito por entendidos como mais uma obra com falhas de engenharia, como a falta de saídas de emergência, no referido edifício já operou a Comissão do Golfe da Guiné, agora a funcionar numa das repartições da Torre Dipanda.