A informação está inscrita numa adenda a um contrato fixado em Abril de 2015 entre a empresa Organizações Ribeirinho e a entretanto já extinta Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), na qual se declara que falhou o financiamento anteriormente contratado.

O valor do investimento "seria integralmente financiado com recurso a fundos alheios provenientes da linha de crédito Astq Holdings Corporation, Canadá", financiamento que "não foi possível obter", lê-se no documento, com data do passado dia 18 de Maio, ao qual a Lusa teve acesso.

A adenda ao contrato - que não adianta razões para a saída dos investidores canadianos - define que o financiamento será agora garantido junto da Salomon Werner Hab Privee Group, com escritórios em Nova Iorque.

O plano envolve empreiteiros angolanos, norte-americanos e italianos para, nos próximos 15 anos, construir 60.000 habitações sociais, num projecto privado angolano, orçado em cinco mil milhões de dólares, o maior empreendimento imobiliário privado do género no país.

"Temos um projecto para 15 anos, vamos fazer um grande esforço porque sabemos a carência que existe, de habitação, no país", explicou na altura aos jornalistas Hernâni Ribeiro, director-geral da Organizações Ribeirinho, promotor do investimento.

Envolverá o recrutamento de 14.000 trabalhadores angolanos e seis mil expatriados, além de empreiteiros de várias nacionalidades.

"Afinal de contas, 60.000 casas não se constroem apenas com um empreiteiro. Temos vários", assumiu Hernâni Ribeiro.

De acordo com os termos do contrato de investimento, conforme noticiado anteriormente, está prevista a construção de 60.000 casas de tipologia T3, de 100 metros quadrados, entre as províncias de Luanda (15.000), Bengo, Zaire, Malanje, Cuanza Sul, Lunda Sul, Moxico, Huambo, Huíla e Benguela.

Ao abrigo da Lei do Investimento Privado, este projecto contará com apoios públicos, nomeadamente a isenção do pagamento de vários impostos - Industrial, sobre Aplicação de Capitais, Aduaneiros entre outros -, durante três a cinco anos.

A execução de um projecto habitacional "com viabilidade socioeconómica com qualidade", a promoção das regiões "mais desfavorecidas" do país e a criação de novos postos de trabalho são objectivos assumidos pelos promotores deste investimento.