"Queria demonstrar que tenho orgulho de ser quem sou, mostrando que, como descendente de escravos, represento África e a minha ancestralidade", diz Nyree Holmes, que conta a história à agência Associated Press (AP).

Sublinhando que o kente é a ligação que tem à sua cultura, o jovem de 18 anos garante que fez de tudo para transmitir o simbolismo do pano aos responsáveis, tendo recebido não mais do que intolerância em troca.

Com ordem para abandonar a cerimónia onde deveria receber o diploma colegial, por se recusar a retirar o kente - que usou sobre a capa tradicional de formatura -, o estudante foi escoltado por três agentes até à saída.

Segundo Holmes, o director incumbido das actividades dos estudantes da sua escola - a Cosumnes Oaks, da Califórnia -, alegou que o kente violava as regras de vestuário definidas no protocolo do evento.

Apesar de referir que compreende as restrições normativas, o aluno com ascendência ganesa insiste que nem sequer houve abertura para o diálogo. "Sinto que não estava a ser ouvido nem a ser respeitado na minha opinião", afirmou à AP.

Entretanto, a directora do estabelecimento de ensino californiano, Maria Osborne, já pediu desculpas à família Holmes, enquanto o porta-voz do do distrito escolar, Xanthi Pinkerton, apelou ao ajuste de procedimentos.

"De uma vila rural passámos para uma pequena cidade que continua a crescer", nota Xanthi Pinkerton, em declarações à AP, assinalando a importância de as escolas acompanharem esse movimento. "Não digo que permitam loucuras na cerimónia, mas que se adaptem à mudança e aceitem itens culturais", recomendou o responsável.