"Filhos do soba e membros da JMPLA bloquearam a estrada e começaram a apedrejar a caravana", disse a fonte, alegando que os mesmos terão recebido instruções da direcção do MPLA do município do Cubal.

A delegação chefiada pelo líder do grupo parlamentar Adalberto da Costa Júnior era composta pelos deputados Anita Filipe e Alberto Ngalanela, este último eleito pelo círculo provincial de Benguela, nas eleições de 2012.

Os incidentes - que causaram três mortos, quatro desaparecidos e três feridos - levaram a delegação provincial do Ministério do Interior em Benguela a criar uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades.

Segundo nota assinada pelo delegado provincial de Benguela, Simão Tomás Queta, os resultados da investigação "serão comunicados oportunamente".

Porém, para Adalberto da Costa Júnior, tudo se resume a uma acção bem orquestrada. "Não sei se lhe chamaria um problema de intolerância política, na medida em que a questão não se enquadra bem nestes termos. Foi um ataque intencional. Lamento porque [esse confronto] pode crescer muito", declarou o líder parlamentar.

O ataque à comitiva e militantes da UNITA, disse ainda, terá envolvido, além de agressões e destruição de casas e viaturas de apoiantes do partido do "Galo Negro" durante o dia, "várias emboscadas num perímetro de oito a dez quilómetros". Inclusive com "árvores cortadas no meio da estrada para parar as viaturas" e a utilização de flechas, porretes, catanas e paus.

"Tivemos sorte, só não tive danos físicos porque as pessoas que estavam a fazer a nossa segurança agiram muito rapidamente e com uma protecção extraordinária. Naturalmente, foi preciso usar armas para se tirar as pessoas da zona", relatou.

Adalberto da Costa Júnior reuniu-se, ainda em Benguela, com o governador provincial, Isaac Maria dos Anjos para abordar o incidente do Cubal.

"Não obstante a situação, a nossa missão continua", disse o deputado, salientando que "no período de paz não se justifica tais acções. Recentemente, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, criticou os actos de intolerância política registados "de novo" um pouco por todo o país, que devem ser denunciados "com vigor", porque visam intimidar o eleitorado.

Isaías Samakuva considerou que não faz sentido que depois de 14 anos de paz, existam ainda angolanos "com vidas em risco ou com ferimentos graves e com as suas propriedades destruídas só por pertencerem a uma formação política diferente daqueles que se julgam detentores do poder".

Num olhar sobre a situação actual de Angola, Isaías Samakuva rejeitou que o país esteja apenas a viver problemas políticos, por abrangerem todos os sectores da vida nacional.