O empréstimo, contraído antes da entrada em funções da nova gestão, entrou nas contas da Sonangol com o equivalente a 125.783 milhões de kwanzas (à taxa de câmbio da altura), é a 60 meses e foi feito num ano de fortes dificuldades financeiras da petrolífera angolana, decorrentes da quebra para metade nas receitas com a exportação de crude.

Contudo, o próprio documento admite que face à "situação patrimonial e desempenho consolidado do grupo Sonangol", tendo em conta os resultados de 2015, "não foi possível cumprir na íntegra os convénios financeiros exigidos" nos acordos de crédito, como os rácios de endividamento.

"A empresa tem em curso um amplo programa interno de reformas com vista a redução do endividamento, do custeio operacional e otimização das suas operações para mitigar e inverter a situação nos exercícios seguintes", lê-se no documento, sobre as contas de 2015.

Este empréstimo junta-se a outras operações anteriores entre o SCB e a Sonangol - 3,5 mil milhões de dólares em dois empréstimos a 84 meses concedidos em 2014 - e é justificada no documento face à "necessidade de um reforço" para "financiar" os "projectos de capitais estruturantes e outras despesas operacionais" do grupo estatal do sector petrolífero.

O relatório e contas refere que a dívida líquida da Sonangol ascendia, a 31 de Dezembro de 2015, a 1,238 biliões de kwanzas (7,5 mil milhões de dólares), valor superior em 357.256 milhões de kwanzas (2 mil milhões de dólares) em relação ao período homólogo do ano anterior.

A dívida de longo prazo representava 76% do endividamento total da Sonangol no final de 2015.

A petrolífera estatal fechou o exercício de 2015 com activos de 6,346 biliões de kwanzas (38,2 mil milhões de dólares) e um capital próprio total de 2,529 biliões de kwanzas (15,2 mil milhões de dólares), incluindo 47.168 milhões de kwanzas (284 milhões de dólares) de resultados líquidos positivos.

A petrolífera anunciou em Fevereiro passado os primeiros indicadores do exercício de 2015, nomeadamente a queda de 34% na receita, face a 2014, registando igualmente uma descida dos lucros na ordem dos 45%, atribuíveis principalmente à queda do preço do petróleo.

De acordo com o relatório e contas agora fechado, o volume de negócios consolidado da Sonangol foi avaliado em 2,349 biliões de kwanzas (14,1 milhões de dólares) em 2015, contra os 3,498 biliões de kwanzas (21,1 mil milhões de dólares) no ano anterior.