A autora tem trabalhos pintura e cerâmica e, apesar de ter alguma produção escrita dispersa em revistas, e ter um grande acervo de contos e poesia, este livro de poesia é o primeiro a ser editado.

Esta luso-angolana, nascida em Portugal, na pequena aldeia de Póvoa de Meadas, no concelho alentejano de Castelo de Vide, em 1929, demandou à então província portuguesa de Angola em 1952, onde se destacou como desportista e professora.

Mas foi ainda em Portugal que Gina de Castro mostrou que estava destinada a desbravar novos caminhos, como o demonstra agora com um livro a publicar aos 87 anos, sendo uma pioneira ao furar os preconceitos, formando-se em educação física, área a que as mulheres não tinham o acesso facilitado numa sociedade altamente conservadora e sujeita a um regime opressor e ditatorial como era o Estado Novo de Oliveira Salazar.

Embarcou com os seus pais para Luanda em 1952 e um ano depois estava a casar com Aurélio Neves Lopes.

Durante a sua vida de professora, que já leva quase sete décadas, Gina de Castro ensinou milhares de alunos a quem passou o seu saber no Liceu Nacional Salvador Correia, nos colégios Académico e D. Dinis, na Escola Comercial Vicente Ferreira e, por último, onde ainda está como directora, no Colégio Nossa Senhora do Bom-Sucesso.

Foi ainda directora do Magistério Primário de Luanda nos anos 1970, Campeã Provincial de Badmington nos anos 1960, Professora de Ginástica no Sporting Clube de Luanda, também nos anos sessenta do século XX.

Teve um papel activo no apoio aos refugiados de guerra, nos liceus, em 1974/75 (durante as greves estudantis). Trabalhou no MED, na Direcção de Formação de Quadros, vários anos (após independência).

Foi também monitora de primeiros socorros da Cruz Vermelha Internacional e Co-fundadora e Presidente da associação filantrópica Mundo do Amor