Para dar resposta a uma velha desconfiança sobre a origem das fortunas depositadas na Suíça, a agência de jornalismo vesper.media, especializada em trabalhos de investigação, decidiu lançar uma nova aplicação: o "GVA Dictator Alert".
A novidade processa os dados captados pelas antenas dos denominados "plane spotters" - fanáticos por aviação que assentam vigilância "às portas" dos aeroportos -, cruzando-os com um registo de aeronaves pertencentes a países considerados ditatoriais.
A "lista negra", onde Angola esta incluída, tem como referência uma classificação da revista The Economist, actualizada a cada dois anos.
"Cada vez que esses aviões aterram em Genebra, devemo-nos perguntar porquê", considera o jornalista suíço François Pilet, um dos mentores do "GVA Dictator Alert", que funciona em articulação com o Twitter - rede que emite alertas sonoros sempre que exista uma chegada de "origem duvidosa".
Apesar de a aplicação não avisar sobre o objectivo da viagem, os seus criadores defendem a sua importância no sentido de colmatar um desinteresse que parece existir em relação aos fluxos de capital oriundos de nações em vias de desenvolvimento.
"Em termos de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, a Suíça tem feito grandes esforços com os países ricos, mas pouco ou nada com os outros países", lamenta o jornalista, citado pelo site da SWI -Swiss Broadcasting Corporation.
Além de Angola, o "GVA Dictator Alert" tem na mira países como a Guiné Equatorial, Kuwait, Rússia, Cazaquistão e Jordânia.
A popularidade da ferramenta, que funciona desde Abril no aeroporto de Genebra, leva os criadores a estudar o alargamento do seu alcance às pistas de Paris, Londres e Zurique.