Há largos meses sem cobertura no estrangeiro ou com plafonds muito abaixo dos valores depositados, os cartões de crédito angolanos parecem estar a recuperar algum fôlego, pelo menos a avaliar pelos comunicados do BNA.
Segundo o relatório monetário e cambial do banco central, divulgado semanalmente, os cartões de crédito estão a ser "carregados" de milhões de euros há cinco semanas consecutivas.
A injecção totaliza, desde meados de Dezembro de 2016, e até ao último leilão, realizado entre 16 e 20 de Janeiro, 76,1 milhões de euros. Destes, 13,4 milhões foram disponibilizados na semana passada, 9 milhões na semana anterior (de 9 a 13 de Janeiro), 35,8 milhões nos dois últimos leilões do ano passado e 17,9 milhões no primeiro de 2017.
Em sentido inverso, os expatriados não recebem um único cêntimo há duas semanas para transferir salários.
Já as rubricas menos específicas - onde a palavra "diversos" se tornou recorrente - não têm sido esquecidas nas vendas de divisas do BNA. Com destaque, na semana passada, para as operações de diversos sectores, beneficiadas com 62,7 milhões de euros do bolo global de 325,8 milhões, e para as operações de empresas diversas, contempladas com 19,5 milhões.
Como vem sendo habitual, o sector petrolífero foi um dos principais destinatários, com 89,4 milhões, seguido da Indústria, que recebeu 40,3 milhões, e das companhias aéreas (26,8 milhões).
As operações de cartas de crédito (22,5 milhões), do sector da Saúde (17,9 milhões), para viagens, ajuda damiliar, Saúde e Educação (13,4), para reposição cambial (12,2 milhões) e cobertura de operações dos ministérios e outros organismos do Estado (7,7 milhões) encerraram o leilão.