Apesar de os leilões do BNA continuarem a realizar-se exclusivamente em moeda europeia, o facto de as casas de câmbio e as operadoras de remessas terem voltado a receber divisas no final de 2016 renova as esperanças de uma melhoria no acesso a divisas e no envio de valores para o estrangeiro.

Desde o final de Dezembro a serem incluídas nos leilões semanais do BNA - à excepção do período entre 16 e 20 de Janeiro -, as casas de câmbio e as operadoras de remessas obtiveram, entre 23 e 27 de Janeiro, 10,8 milhões de euros, dos quais 6,3 milhões para as casas e 4,5 milhões para as operadoras.

Os expatriados, que nesse período de 16 a 20 de Janeiro também não tinham sido considerados, voltaram agora a entrar nas contas do banco central, absorvendo 34 milhões dos 633,4 milhões de euros vendidos na última semana.

As parcelas maiores do leilão foram contudo destinadas a sectores essenciais da economia, com destaque para a indústria (155,5 milhões), sector petrolífero (125,3 milhões), companhias aéreas (44,7 milhões), telecomunicações (43,6 milhões) e saúde (35,8 milhões).

Já os transportes receberem 17,9 milhões, o sector dos seguros 9 milhões, a agricultura 8 milhões e a importação de bens alimentares 7,7 milhões de euros.

O "bolo" beneficiou também, em 22,4 milhões de euros, as despesas dos particulares com viagens, ajuda Familiar, saúde e educação, exactamente o mesmo valor destinado à cobertura dos plafonds dos cartões de crédito.

Sobraram ainda 8,7 milhões para as necessidades dos ministérios e outros organismos do Estado; 1,5 milhões para cobertura de operações de cartas de crédito.

Além desta lista especificada de despesas, o BNA voltou a incluir gastos genéricos, atribuindo 71,6 milhões de euros para diversos sectores e 14,9 milhões para empresas diversas.

No que se refere à taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu praticamente inalterada, nos 166,732 kwanzas por cada dólar e nos 186,286 kwanzas por cada euro.