O epicentro desta onda de criminalidade do Estado está na Grande Vitória, a área metropolitana mais importante de Espírito Santo, a partir da qual a imprensa brasileira, nos quatro dias que dura, tem feito relatos impressionantes de assaltos à mão armada, roubos à luz do dia, assassinatos por todo o lado...

A razão para esta vaga de violência está nas unidades da Polícia Militar, de onde os militares não saíram porque centenas, ou milhares, de mulheres, a grande maioria suas mulheres, começaram por fechar as portas como protesto para as condições de trabalho e os salários dos maridos.

Na "greve" das mulheres dos militares, os próprios, apesar de impedidos por lei, participaram recusando-se a exercer qualquer tipo de força para abrir caminho por entre as suas próprias famílias.

A este protesto, existe agora o risco de também a polícia civil aderir, pelas mesmas razões, criando o pânico generalizado, a ponto de a maior parte das empresas e estabelecimentos no epicentro da vaga de criminalidade terem optado por manter as portas fechadas e as autoridades aconselharam as pessoas a evitarem expor-se ao risco circulando por essas áreas.

Nas televisões brasileiras, e do resto do mundo, são dezenas os vídeos que mostram a violência à solta na Grande Vitória.

Desde grupos a apontar armas de fogo a automobilistas, abrigando-os a abandonar as suas viaturas, montras de lojas estilhaçadas, pessoas assaltadas nas ruas e... pelo menos 55 mortos, o que, no conjunto, significa um aumento de mais de mil por cento nos índices de criminalidade deste Estado.

Tropa para as ruas do Espírito Santo

Para fazer face a este turbilhão de criminalidade, o Governo do Presidente Temer, em colaboração com o governo do Estado, ordenou o envio de centenas de elementos das Forças Armadas para as rua de Grande Vitória.

O envio da tropa foi a solução encontrada para o prolongamento da greve da PM e para o exponencial aumento da ameaça com a possibilidade de a polícia civil também iniciar um protesto semelhante.

Perante este caos, as autoridades admitem que é difícil manter um registo actualizado das ocorrência, estando o número de mortos a ser contabilizado a partir da chegada dos corpos às morgues.

Algumas das imagens mais reveladoras do estado das coisas na cidade são de autocarros a arder e de unidades polícias em chamas.

Com a chegada da tropa às ruas de Vitória, espera-se o regresso da normalidade a esta área urbana que é constituída por sete municípios albergando cerca de dois milhões de habitantes.