César Colnago, que ocupa o cargo interinamente, viu rebentar-lhe nas mãos uma vaga de criminalidade como o Estado do Espírito Santo nunca tinha visto e a chegada das Forças Armadas às ruas da Grande Vitória, área urbana da capital estadual, é a única forma que encontrou para repor a normalidade.

Cerca de mil militares já estão nas ruas das cidades, mas a criminalidade não parou, o pâniuco instalou-se na comunidade, as pessoas não deixam as suas casas porque o risco de serem assaltadas, ou mesmo assassinadas, é muito grande, como o provam os relatos de extrema violência que enchem as páginas dos jornais brasileiros nos últimos seis dias.

De entre as centenas de vídeos que correm as televisões de todo o mundo, sobressaem os que mostram autocarros a arder, destruição de montras e assaltos à mão armada nas ruas de Vitória, sem esquecer o roubo de carros com os proprietários arrastados para o exterior à força e com armas apontadas à cabeça.

Tudo isto, porque a Polícia Militar foi impedida de sair, ou de chegar às unidades por amigos e familiares dos "militares", que foi a forma encontrada, porque a PM está impedida por lei de fazer greve, para protestar contra os baixos salários e as condições de trabalho.

Para fazer face a esta onde de violência, o Governo do Estado diz que precisa de mais mil elementos das Forças Armadas nas ruas das cidades, porque os mil enviados na terça-feira não são suficientes para fazerem diminuir a intensidade do crime que assola o Estado do Espírito Santo.

Escolas, centros comerciais, lojas, organismos públicos estão encerrados, os autocarros deixaram de circular na maior parte das zona da Grande Vitória e até os hospitais estão em sérias dificuldade porque os funcionários, enfermeiros e médicos temem pelas suas vidas ao saírem das suas casas.

Entretanto, apesar de ainda pouco evidente, começam a surgir indícios de que esta vaga de criminalidade possa estar a espalhar-se a outros estados, nomeadamente ao Rio de Janeiro.