Num cenário caótico, com murros de parte a parte, cerca de 30 agentes de segurança do parlamento - vestidos com camisas brancas - xpulsaram à força 25 deputados do partido radical de esquerda Combatentes pela Liberdade Económica (EFF, acrónimo em inglês).

Os deputados do EFF - que consideram que Zuma não tem legitimidade para se dirigir à Nação - impediram o discurso durante mais de uma hora.

O discurso sobre o Estado da Nação no parlamento, na Cidade do Cabo, já estava marcado pelo inédito contingente de militares destacados para proteger a Assembleia.

Grupos opositores de Zuma convocaram várias manifestações para o local - a exigir a demissão do presidente - o que levou à mobilização de cerca de 440 militares. A medida é inédita, pelo que levantou protestos dos partidos da oposição e da sociedade civil sul-africana.

O principal partido da oposição, a Aliança Democrática (AD), viu na medida uma "demonstração de força" para "intimidar a oposição", enquanto o terceiro partido da África do Sul, os Combatentes pela Liberdade Económica, qualificaram a mobilização da Força Nacional Sul-Africana de Defesa como "uma declaração de guerra" aos sul-africanos.

Os dois últimos discursos do Estado da Nação de Zuma ficaram marcados por confrontos entre polícia e manifestantes, que acusam o Presidente sul-africano de corrupção e culpam-no pelo mau desempenho económico do país.