O governo liderado por Umaro Sissoco Embalo está "completamente fora da lei", referiu em entrevista à Rádio Jovem de Bissau, em Nova Iorque, onde se encontra em contactos com membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O líder do PAIGC (na foto) notou que, volvidos 60 dias sem que o seu programa de acção seja aprovado pelo Parlamento, de acordo com a lei, o governo deixa de ter condições para continuar.

Mesmo além do prazo de 60 dias, Domingos Simões Pereira considera que se se for "respeitar as normas", o governo de Umaro Sissoco Embaló "nunca existiu" por não ter sido criado no âmbito do Acordo de Conacri, instrumento proposto pelos chefes de Estado da sub-região como fórmula para acabar com o impasse político no país.

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) responsabiliza o Presidente guineense, José Mário Vaz, pela situação.

"O Presidente da República, com a sua insistência em nomear um primeiro-ministro que não respeita nem a Constituição, nem o Acordo de Conacri, coloca-se fora da lei e perigosamente põe em causa o Estado de direito democrático na Guiné-Bissau", observou.

Domingos Simões Pereira notou que grande parte dos subscritores do acordo não reconhece a sua efectivação, que o próprio mediador, o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, diz o mesmo e que os líderes da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) também têm a mesma leitura.

"Se os participantes do Acordo de Conacri e o próprio mediador confirmam que a nomeação não corresponde aquilo que é o Acordo de Conacri, este governo nunca existiu", defendeu Simões Pereira.

A Lusa tentou obter uma reacção do governo mas ninguém se manifestou disponível para comentar.

O primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, encontra-se em Nova Iorque, onde o Conselho de Segurança das Nações Unidas debate hoje a situação política guineense.