O candidato do MPLA às eleições gerais de Agosto definiu hoje como estratégia principal da sua campanha explicar a necessidade de criar condições em Angola para que a aposta no futuro seja na formação dos seus 25 milhões de habitantes e não apenas na exploração de riquezas, como o petróleo ou os diamantes.

João Lourenço começou por afirmar que a estratégia para o futuro parte do que foi conseguido pelas duas grandes figuras dos 41 anos de independência do pais, António Agostinho Neto, que conseguiu a libertação do país do colonialismo, e José Eduardo dos Santos, que trouxe a paz a Angola.

Apoiados nestas duas grandes figuras de Angola, adiantou João Lourenço, é preciso agora dar "continuidade ao país", conquistando o desenvolvimento socioeconómico, "porque não nos podemos contentar apenas com a independência e a paz".

"Vamo-nos dedicar de corpo e alma ao desenvolvimento socioeconómico de Angola", apontou o candidato do MPLA à Presidência da República e vice-presidente do partido.

João Lourenço foi claro ao destacar a educação e a saúde como dois dos pontos essenciais para que Angola possa alcançar o objectivo que hoje traçou no Lubango: o desenvolvimento socioeconómico.

E deixou alguns alertas: afirmou que a educação é essencial, disse que nem todos servem para ser professores, admitiu que há quadros e técnicos que não têm a formação adequada, cenário que se comprometeu alterar.

Mas apontou ainda a questão da saúde, porque "só cidadãos com saúde podem trabalhar na sua plenitude para ajudarem ao desenvolvimento do país".

Na economia, Lourenço admitiu que há muitas pessoas empenhadas que vêem o seu caminho dificultado "de propósito" para, entre outros exemplos, "irem em busca da gasosa", garantindo que vai "acabar com isso" depois de eleito porque o país que quer trabalhar tem de ter condições para isso, sem estas dificuldades artificiais.

"Vamos fazer um cerco apertado ao grande mal de que a nossa sociedade enferma, que se chama corrupção", avisou o candidato do MPLA.

"Sejamos nós e não a oposição a dizê-lo, sejamos nós os primeiros a tomar a dianteira na luta contra este mal que corrói a nossa sociedade, porque a corrupção é um mal muito grande na nossa sociedade", disse, ironizando depois ao afirmar que se o país for bem sucedido neste combate à corrupção, "até os corruptos vão ganhar com isso!".

E explicou porquê: "Porque os corruptos não vão ter de se esconder ou ter quem lhes aponte o dedo por serem corruptos, ganharemos todos, e ganhará acima de tudo o nosso país".

Mas lembrou também que não vale a pena pensar que "a corrupção é um mal só de Angola", sublinhando que esta "é um mal em todas as economias de mercado, não vale a pena pensar que é um mal só de Angola...".

João Lourenço, num dos momentos mais aplaudido pelos milhares de militantes e apoiantes do MPLA concentrados na Praça Comandante Cowboy, no Lubango, afirmou também que "o problema não é a corrupção".

"O problema é a forma como encaramos a corrupção e como a combatemos, porque não podemos aceitar a impunidade perante a corrupção", disse, numa clara mensagem para a forma como nada será como dantes na forma de encarar este fenómeno e como vai passar a ser tratado caso o partido vença as eleições gerais de Agosto.