A CASA-CE, na primeira vez que se apresentou a sufrágio, no ano de 2012, elegeu oito representantes para a Assembleia Nacional de Angola, ao conseguir obter 6% dos votos.

O seu cabeça-de-lista foi Abel Chivukuvuku, que terminou em terceiro lugar na disputa pela Presidência da República.

Durante o II congresso ordinário da CASA-CE, realizado no ano passado, os militantes decidiram transformar a coligação em partido político, decisão à qual se opôs um dos vice-presidentes, Alexandre Sebastião André.

O Tribunal Constitucional (TC) também indeferiu o pedido de transforma- ção da CASA-CE em partido político, adiando a concretização deste objectivo, o que veio contribuir para agravar o clima de tensão no seio da coligação, nesta fase de elaboração de listas de candidatos a deputados.

Segundo apurou o Novo Jornal, não houve muitas alterações na elaboração da lista, situação que está a criar um clima de mal-estar entre os membros da coligação. Para alguns analistas políticos, o problema que a CASA-CE está a enfrentar tem a ver com a ordem ou a posição que os militantes mais influentes ocupam na lista.

O analista político Manuel Tandu diz que a situação que se vive na CASA-CE é extensiva a outros partidos políticos da oposição e não é um caso isolado. "Por exemplo, nas listas para o círculo nacional de outros partidos da oposição, quem se encontra na quinquagésima quinta posição, dificilmente poderá ser eleito como deputado, por isso, todos querem estar em posições que lhes dêem mais garantias de eleição", argumentou.

Quanto a esta situação, dos quatro partidos que compõem a CASA-CE, só dois presidentes estão no parlamento como deputados, concretamente o PADDA- -Aliança Patriótica, de Alexandre Sebastião, e o PALMA, de Manuel Fernandes.

Os líderes do Partido de Salvação Nacional (PNSA), Sikonda Lulendo Alexandré, e do Partido Pacífico Angolano (PPA), Felê António, nem cargos de vice- -presidentes ocupam, a nível das estruturas directivas da coligação CASA-CE.

"Os outros membros da direcção da CASA-CE que não têm partidos são os vice-presidentes da coligação, Lindo Bernardo Tito e André Mendes de Carvalho. O próprio líder da coligação, Abel Chivukuvuku, embora sendo mentor da criação desta coligação, não representa nenhum partido no seu seio. Neste contexto, é normal que Sikonda Lulendo Alexandre e Felê António lutem para que os seus nomes ocupem, pelo menos, os quarto ou quinto lugares", disse ao NJ uma fonte da coligação.

BD e PDP-ANA em acção

À semelhança dos outros partidos políticos, o PDP-ANA e o Bloco Democrático não estão de braços cruzados. Comenta- -se nos meios políticos que estes dois partidos sem assento no parlamento não têm problemas na selecção dos candidatos a deputados.

"A nossa lista já foi elaborada e, a qualquer altura, vamos anunciar os nomes", disse ao Novo Jornal o presidente do partido Simão Makazu, líder do PDP-ANA.

Segundo Simão Makazu, com o resultado do acórdão, datado de 16 de Fevereiro do ano passado, o partido começou a trabalhar para concorrer às eleições de 2017.