Esta posição foi assumida pelo vice-presidente executivo da petrolífera norte-americana, James Johnson, que está a realizar uma visita a Angola e foi recebido pelo Vice-presidente Manuel Vicente, a quem reafirmou a intenção da Chevron em manter a sua aposta em Angola.

Apesar de condicionar parcialmente ou na totalidade, condição que não especificou, os investimentos futuros da Chevron em Angola à revisão das obrigações fiscais, num contexto de crise petrolífera que se prolonga já há dois anos, provocada pelo baixo preço do barril, James Johnson apontou o projecto Angola LNG, onde a multinacional possui 36,5 por cento do capital, como um dos pontos focais da estratégia.

O executivo da Chevron, para além do projecto de gás natural liquefeito, no Soyo, Zaire, nomeou ainda, logo a seguir à audiência com Manuel Vicente, a produção no Poço Mafumeira Sul, em Cabinda, que terá início muito em breve, como uma manifestação clara das intenções da empresa para dar continuidade à sua aposta no país.

No entanto, Johnson não deixou de frisar o risco que representa para a multinacional a questão da fiscalidade angolana, notando que esta "não é atractiva", ao mesmo tempo que afirmava que devia ser tido em conta a possibilidade de criar taxas mais competitivas.

Sempre com a crise petrolífera que o país e o mundo atravessam ainda, apesar da recente melhoria nos preços do barril nos mercados internacionais, onde passou de pouco mais de 20 dólares no início de 2016 para os actuais 56 dólares norte-americanos, James Johnson apontou a criação de "taxas mais competitivas" como um instrumento essencial para incentivar os investidores a olharem para o país.

O que ficou no ar é que a Chevron manifestou a Manuel Vicente a sua vontade de fazer novos investimentos, havendo mesmo alguns já em carteira, mas também a ideia de que os termos fiscais, num cenário global de petróleo barato, são um obstáculo.

A Chevron está presente em Angola desde os anos de 1960, através da Cabinda Gulf OIl Company, e a sua produção média diária, em diversos poços, petróleo e gás natural, ultrapassa o equivalente a 120 mil barris, sendo expectável que esta cresça em breve com o aumento da produção na área do LNG e ainda com a entrada em funcionamento de novos poços, como o Mafumeira, em Cabinda.