Há muitos anos que as organizações internacionais, como as agências da ONU, não se deparavam com uma situação destas no continente africano.

O cenário que vive o mais jovem país do mundo, cuja independência do Sudão foi conseguida em 2011, depois de anos de guerra, pode ser descrito pelas cem mil pessoas que podem morrer em breve por falta de alimentos, mais de um milhão abeiram-se rapidamente de situação idêntica e onde cerca de cinco milhões, 40 por cento da população total, precisam de algum tipo de ajuda alimentar

O Programa Alimentar Mundial (PAM), agência das Nações Unidas, cujos funcionários no terreno enfrentam grandes dificuldades para se deslocarem às áreas de maior gravidade, na região de Unity, admitem que o principal entrave a uma solução de recurso - matar a fome às pessoas - é a violência entre grupos étnicos, despoletada pela disputada do poder entre os Dinka e os Nuer, esta última com um sistema de sociedade que não apresenta hierarquias, o que tem dificultado eventuais negociações.

Este conflito dura já desde 2013 e é resultado do desentendimento entre o Presidente Salva Kiir, e o afastado Vice-presidente Riek Machar, criando um conflito armado de extrema violência que a ONU já, por diversas vezes, admitiu poder transformar o Sudão do Sul num novo Ruanda, referindo-se ao genocídio de 800 mil tutsis, em 1994, às mãos da maioria Hutu.

O Sudão do Sul é rico em petróleo e, ao contrário do seu agora vizinho Sudão, de maioria muçulmana e do qual se tornou independente, é maioritariamente cristão.

A ONU mantém 13 mil capacetes azuis no país.