Algumas dessas abordagens podem ser: Assumir genuinamente os erros cometidos e não inventar mais desculpas esfarrapadas os mesmos, porque nem mesmo aqueles que os defendem publicamente acreditam, pois no "funje de sábado" em companhia de amigos e familiares mais chegados falam o que pensam de verdade e são os primeiros a desancar as medidas e as suas justificações;
Dar provas que querem e vão mudar efectivamente, com actos porque só palavras já não bastam. Um exemplo positivo do que estamos a falar é o facto de o actual candidato do MPLA a Presidente da República se ter referido que, em matéria de combate à corrupção, o exemplo deve surgir dos próprios militantes do MPLA;
Não ter receio de assumir que actualmente a corrupção está a corroer toda sociedade e que o MPLA está disposto a encontrar o caminho certo para combatê-la é realmente uma excelente opção.
Reganhar a credibilidade não é somente falar do que foi bem feito e dos ganhos conseguidos na última legislatura, é sobretudo falar de como passaremos a lidar com as questões ligadas a transparência e boa governação.
É chegado o momento de pôr término, ainda que de maneira paulatina, a uma das atitudes que mais afasta as pessoas dos Partidos e da política, que é o secretismo e a ideia que algumas das questões só os "iluminados" que estão nalguns cargos podem saber.
Quem toma decisões deve estar sempre disponível para justificar as razões das decisões e medidas que se tomam e acabar com a política da não justificação, ou da justificação na base de que foram "questões factuais" que determinaram a decisão.
*Coordenador do Observatório Político e Social de Angola (OPSA)
(Leia o artigo de opinião de Sérgio Calundungo na íntegra na edição n.º471 do Novo Jornal, nas bancas, e também disponível em versão digital, que pode pagar por MultiCaixa)