Este dado está contido no relatório da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) referente ao mês de Fevereiro, constatando-se ainda que a Nigéria, apesar de não estar obrigada a contribuir para o corte na produção acordado pela OPEP+Rússia em finais de 2016, de forma a fazer escalar os preços do barril, não foi capaz de manter a extracção acima dos 2 milhões de barris por dia (bpd).

Estes dados contrariam, todavia, informações avançadas pela NNPC, organismo que gere todas as questões referentes à indústria petrolífera nigeriana, de superação da barreira dos 2 milhões bpd, para 2,1 milhões bpd.

De acordo com a imprensa especializada, os dados referentes à produção nigeriana são contraditórios, apontando os números oficiais para 1, 526 milhões bpd, enquanto as fontes secundárias, a que, por exemplo, a OPEP, e outros organismos internacionais, recorrem para evitar falcatruas ou incumprimentos de acordos, nomeadamente a contabilização de cargas saídas dos portos, apontam para uma produção no país de 1, 608 milhões bpd.

Apesar destes dados, as informações existentes apontam para que tenha sido a Nigéria a ostentar a maior subida na produção, permitida pela grave crise que afecta o país, o que lhe permitiu ficar de fora dos cortes assumidos pela OPEP em Novembro de 2016, enquanto coube a Angola, Arábia Saudita e Iraque, estão na lista dos que mais reduziram as exportações.

Com este cenário, conclui-se que a Nigéria, mesmo sem as amarras do acordo entre a OPEP e a Rússia, não foi capaz de atingir a meta dos 2,2 milhões de barris por dia, em 2017, conforme tinha dito que iria fazer logo nos primeiros dias deste ano.

Um dos problemas que está sempre presente quando se fala de quebras na produção nigeriana é o conflito de décadas existente no Delta do Níger, região que tem uma relativa semelhança com Cabinda no contexto angolano, e onde grupos de guerrilha com o MEND ou os Vingadores do Delta protagonizam recorrentes ataques às refinarias e às infra-estruturas petrolíferas.

Já os números que dão a liderança continental a Angola, mesmo tendo decrescido entre Janeiro e Fevereiro, são de 1, 659 milhões bpd, enquanto a produção do último mês contabilizado este ano coloca a produção angolana em 1, 641 milhões bpd.

No global, a OPEP produziu 31,96 milhões bpd em Fevereiro e 32,1 milhões bpd em Janeiro, o primeiro mês de aplicação dos cortes acordados pelo cartel e a Rússia, e outros produtores menos importantes.