Em declarações à Angop, Anabela Alves, directora do Hospital Municipal dos Luchazes, revela a recusa da população feminina local em receber cuidados de saúde prestados por enfermeiros, motivada pela proibição dos próprios maridos.

De acordo com a responsável, os homens não permitem que as suas mulheres sejam observadas nuas por outros homens, mesmo que se trate de profissionais hospitalares.

Anabela Alves refere que o problema atinge proporções preocupantes porque a maioria do pessoal médico ali destacado é do sexo masculino, havendo apenas duas enfermeiras nos serviços de maternidade, incapazes de dar resposta a tantas solicitações.

Como resultado, as mulheres têm ignorado as consultas pré-natais e optado por ter as crianças em casa, situação que, alerta a directora, "pode precipitar mortes maternas durante os partos caseiros".

Para tentar inverter este quadro, a responsável adianta que os sobas da localidade já foram contactados para ajudar a sensibilizar a população sobre a importância das consultas pré-natais e a realização de partos nos hospitais.