As detenções ocorreram no âmbito de uma operação policial organizada depois de as autoridades locais, alertadas pelas populações, terem verificado uma frequência inusitada de pessoas estranhas, incluindo estrangeiros.

O ouro da Jamba, apesar de se saber que este minério existe na região há anos, foi noticiado como sendo em grande quantidade nos últimos meses, o que terá dado início a uma espécie de corrida ao ouro por parte de garimpeiros ilegais, incluindo chineses.

Esta situação foi denunciada pelo administrador municipal da Jamba, Miguel Cassela, em declarações aos jornalistas.

O administrador explicou ainda que entre os detidos estão pessoas que estiveram envolvidas nos trabalhos de análise e pesquisa realizados oficialmente na região em 2012 e que foram, agora, influenciados ou contratados por terceiros, noutras províncias, como Luanda e Huambo, para dirigirem o garimpo ilegal por terem conhecimento minucioso do terreno e da localização do ouro.

Para além de estarem a executar operações de garimpo ilegal, as autoridades estão ainda preocupadas porque estas pessoas estão a destruir as marcações feitas dos locais onde devem ter lugar as operações oficiais de extracção de ouro, provavelmente como forma de garantir por mais tempo o acesso ilegal a estas áreas

Recorde-se que, depois de várias notícias que, a partir de 2012, garantiam a existência de importantes filões de ouro na Jamba, foi iniciado um trabalho de campo pelo Governo, para averiguar as quantidades e a qualidade do minério, estimando-se o arranque da exploração oficial para o próximo ano.

Nas primeiras indicações públicas, foi dado conta da existência de pelo menos cinco milhões de toneladas de ouro (uma tonelada vale actualmente cerca de 40 milhões de dólares norte-americanos) na área de prospecção da Huíla, nomeadamente na Jamba.

O Estado estima, no início da exploração, colher cerca de 25 milhões de USD/ano em ouro desta área, podendo estes números sofrer uma alteração exponencial com o decorrer dos trabalhos.

Investimento inicial avultado

No entanto, para que a exploração arranque em força, como explicava em Outubro do ano passado Dinis Santos, administrador da Empresa Nacional de Ferro de Angola, são necessários pelo menos 100 milhões de dólares norte-americanos de investimento.

Em causa estão cerca de 1600 quilómetros quadrados com potencial, mas com garantias reais de viabilidade em cerca de 100 km"s 2.

As autoridades estimam que os depósitos de ouro existentes permitem, pelo menos, a sua exploração contínua durante 15 anos.