Os responsáveis pela University of Southern California admitiram aos jornalistas que há sempre alguns vistos recusados às delegações africanas que são convidadas a participar nesta cimeira, mas este ano essas recusas de visto bateram todos os recordes, chegando aos 100 por cento.
Esta situação inédita e, ao mesmo tempo, bizarra, de se organizar uma cimeira sobre desenvolvimento e economia em África sem a presença de quaisquer representantes do continente, surge num momento particularmente tenso na política norte-americana com a Administração Trump em pleno esforço para fazer aplicar uma ordem executiva que impede a entrada no país a todos os cidadãos de seis países, três destes africanos, de maioria muçulmana.
Esta ordem executivo, assinada pelo punho de Donald Trump, já foi, no entanto, anulada por duas vezes por juízes federais alegando que fere a Constituição por discriminar a partir das opções religiosas dos visados.
A cimeira em questão, que já tem histórico na universidade que a organiza todos os anos, tem como objectivo principal encorajar o investimento em África e para ouvir explicações sobre projectos africanos que carecem de apoio externo para serem lavados a cabo, nomeadamente nas áreas do combate à pobreza, das energias limpas e com potencial de ajudar a combater as alterações climáticas.
Políticos, empresários, investidores e organizações não-governamentais são os principais aderentes a esta iniciativa.
A líder da equipa que organiza esta cimeira, Mary Flowers, disse aos jornalistas que a recusa dos vistos de entrada a todos os africanos que pretendiam estar presentes "não pode deixar de ser visto como um acto de discriminação".
Entre os que viram negado o acesso aos EUA, estão representantes dos governos da Serra Leoa, Gana, África do Sul, Etiópia e, entre outros, da Nigéria.