Nós, os angolanos, apesar da crise, também temos umas ideias parecidas com as suas. Aliás, penso que é ao contrário. Penso que algumas das suas ideias foram plagiadas das nossas. Angola primeiro.

Vejamos: Também mandámos embora os estrangeiros. Bom, primeiro importámos os filipinos para limpar as nossas ruas mas depois mandámo-los embora, pois tínhamos capacidade interna para este tipo de tarefa; e as ruas nunca mais ficaram tão limpas. Mas estamos a tratar de uma taxa para resolver este imbróglio.

Todos os dias deportamos estrangeiros ilegais. Na fronteira do Zaire com o Congo Democrático, é o pão nosso de cada dia, mas eles continuam a entrar, escondidos em cisternas de água. Um dia, vamos erguer um muro.

Os nossos programas de saúde nunca foram muito bons e agora têm estado pior. A culpa é sempre de forças externas, muitas delas naturais. Se não são os mosquitos, são as chuvas. Ou então uma epidemiazita que vem de um outro país poluir o nosso salubre ambiente e enfermar a nossa população. No próximo governo, vamos acabar com a política do "Don"t care".

O senhor não está de acordo com as leis e com a interpretação das mesmas pelos juízes. Muitos de nós também não, mas mesmo assim os nossos líderes vão aprovar uma lei a criminalizar o aborto em pleno século XXI. Deste modo, vamos criar um segmento de negócios no ramo da saúde que nenhum governo jamais criou e que vai matar umas e enriquecer outros. Clínicas clandestinas para abortar a gravidez indesejada. Aquela causada por violações, por descuido resultante da falta de educação sexual mas também aquela causada pela infidelidade.

Sim, aqui por estas bandas é "normal" ter mais do que uma mulher. It"s fantastic! You will love it.

(Leia este artigo de opinião na íntegra na edição n.º474, nas bancas, e também disponível por assinatura digital, que pode pagar no MultiCaixa)