A morte de cinco pessoas no Cazenga, durante a chuvada que se abateu esta semana sobre a cidade de Luanda, deveu-se, na avaliação do porta-voz do SPCB, Faustino Minguês, à queda de uma ponte de madeira, que não aguentou a carga de água e ruiu.

"As cinco pessoas que acabaram por perder a vida no desabamento da ponte, que liga as ruas dos Vencedores e a do Buraco 2, estavam a circular sobre a mesma", explicou Faustino Minguês, reiterando o apelo do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros para que a população evite esses percursos quando chove.

Aliás, a alegada imprudência dos cidadãos é apontada pelo administrador municipal do Cazenga, Tany Narciso, como a causa das mortes, já que o responsável garante que a ponte está intacta e defende que a informação sobre uma derrocada é especulativa.

"A ponte não desabou. O que ocorreu durante a chuva é que o nível da água acabou por tapá-la", disse Tany Narciso ao Novo Jornal online, lamentando que as pessoas insistam em utilizar a ponte quando chove, mesmo sabendo que não o devem fazer.

Apesar de descartar a ideia de um colapso da ponte, o responsável admite que a administração do Cazenga está sem meios para realizar trabalhos na estrutura.

"Quando tivermos recursos vamos levantar a ponte, que se encontra muito em baixo. Os nossos técnicos foram ao local fazer um levantamento do material que vai se usar na ponte quando a administração tiver verbas", garantiu.

Enquanto isso, os moradores da rua dos Vencedores reclamam alternativas e alegam que a ponte carecia de manutenção.

"Estamos sem saída, está é única ponte que temos. Não sabemos como fazer para nos deslocarmos", disse o morador Mick Vieira.

Já Sandra Rafael, igualmente residente no bairro Malueca, onde habita há mais de 15 anos, adiantou ao Novo Jornal online que a administração não tem feito trabalhos de manutenção na ponte.

"Se a memória não me falha, esta ponte está há mais de 10 anos nessa vala e nunca recebeu manutenção. O administrador só veio aqui porque aconteceu este incidente", lamentou a moradora, reforçando a reclamação do vizinho Mick Vieira. "Estamos sem saída. Desde que ponte desabou não consigo ir ao trabalho por falta de caminho", insiste Sandra.