Segundo o responsável, embora ainda estejam a ser recolhidas amostras, junto do laboratório nacional de qualidade, até ao momento não há nenhum indício da presença em Angola de carne brasileira imprópria para consumo.

"Todas as forças estão a ser centradas e congregadas", garantiu Heleno Antunes, adiantando que "a estratégia agora é fazer um acompanhamento minucioso sobre a relação de empresas que estão sob o cadastro e alçada do Ministério do Comércio, para que efectivamente se possam dar garantias efectivas de que não há perigo e, e de que este produto não está a circular ao nível dos grandes importadores, nem dos médios nem dos pequenos".

O escrutínio decorre da confirmação, pelas autoridades brasileiras, do pagamento de subornos a directores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas. Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspecto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

"Estamos a aferir quais as empresas que receberam produtos do Brasil", confirmou também o director dos Serviços de Veterinária de Luanda, Edgar Dombolo.Edgar Dombolo, explicando que é preciso verificar se esses produtos tiveram como origem algumas das seis exportadoras brasileiras identificadas no âmbito deste processo.

"São 21 empresas que têm problemas, supostamente fraude no processamento de carnes, dessas 21, seis exportam para diferentes países, incluindo o nosso", clarificou o director dos Serviços de Veterinária de Luanda, reconhecendo a urgência em concluir a investigação para defesa dos consumidores.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Angola está entre os grandes importadores de carnes brasileiras, nomeadamente de porco, tendo, em 2015, sido um dos cinco principais destinos.

O país está igualmente bem posicionado na lista dos importadores de carne de bovino, embora fora dos 10 primeiros, e de aves.