Apesar de o preço médio do quilate extraído do Lulo em 2016 ter sido vendido, em média, a 2. 983 dólares norte-americanos, o estudo anterior estimava que o valor por quilate viesse a rondar os 800 USD.

Agora, num comunicado divulgado pela empresa australiana que gere o Lulo e tem como sócios a Endiama (concessionária) e a Rosa & Pétalas, o valor média por quilate estimado sobe para 1.246 USD.

Esta discrepância entre a estimativa do anterior estudo e o valor praticado em 2016 resulta do facto de a Lucapa ter extraído, como uma das razões maiores, um diamante extraordinário de 404 quilates, o maior jamias encontrado em Angola e o 12º maior do mundo, que foi vendido por mais de 16 milhões de USD, o que representa 39.580 dólares por quilate, valor que promoveu a alteração verificada na média real do valor por quilate no ano passado.

No entanto, ainda segundo a nota emitida pela Lucapa, este aumento, de 800 para 1.246 USD no valor médio estimado para o quilate do depósito diamantífero do Lulo, incluindo as adjacências aluviais, representa um aumento de 54 por cento.

Note-se que este tipo de divulgação de resultados por parte das diamantíferas têm em consideração o facto de o universo do negócio dos diamantes estar a verificar um refluxo dos preços praticados, com maior incidência nos chamados diamantes vulgares, sendo apenas olhados com respeito pelo mercado os denominados diamantes especiais, com mais de 10 quilates, mercado onde claramente a Lucapa quer posicionar o Lulo.

Esse objectivo não parece que seja difícil de atingir, visto que a Lucapa tem feito sucessivas divulgações de achados "especiais" no Lulo, com dezenas de pedras com mais de 10 quilates, e com algumas verdadeiramente excepcionais, como a de 104 quilates encontrada em Outubro do ano passado ou a de 227, extraída em Fevereiro deste ano, sem contar com o "pedregulho" de 404 quilates descoberto em Fevereiro de 2016.

Os dois estudos realizados com 15 meses de diferença resultaram da análise de 220 mil metros cúbicos de entulhos.