Da autoria de Cheya, Aleluiah e Helena Sakaita-Savimbi, filhos do fundador do "Galo Negro", o livro, ainda sem data de lançamento em Angola, pretende dar a conhecer Jonas Savimbi na intimidade, conforme explica Cheya Sakaita-Savimbi.

Em declarações à agência Lusa, a co-autora sublinha a importância histórica da obra "para um melhor conhecimento do homem", acrescentando que a biografia também foi escrita a pensar nos próprios "sobrinhos e filhos", que fazem perguntas sobre o avô no livro.

"Queríamos trazer uma coisa de novo, e acho que é a primeira vez que falamos de Jonas Savimbi no quadro puramente íntimo, familiar. Ninguém foi a esta intimidade. Nós somos os filhos, conhecemos bem o nosso pai, tivemos conversas", descreveu Cheya.

Publicado pela editora L'Harmattan, o retrato familiar do líder histórico da UNITA estende-se por 145 páginas, dividas em quatro partes, nomeadamente: "Jonas Savimbi, um africano inscrito na História", "Africanidade e modernidade", "No quotidiano de um chefe" e "Empenhado até ao fim".

"Já se falou muitas coisas sobre ele como homem político, diplomático, como o fundador da UNITA, militar. Houve umas meias-verdades, mas nós queremos mostrar o percurso dele como filho, irmão e como pai. É por isso que escrevemos este livro, para mostrar uma outra faceta de quem ele era", reforça a filha Helena Sakaita-Savimbi.

Para além da promessa de revelar um lado inédito de Jonas Savimbi, a obra, publicada para assinalar o 15.º aniversário da sua morte - ocorrida no Moxico a 22 de Fevereiro de 2002 - inclui uma genealogia da família igualmente inédita.

"Na educação, era um homem muito rigoroso mas também foi um homem pleno de amor. Isto tem que se dizer. Muito pleno de amor. Naquele rigor de um pai e num pai que era também chefe, onde a pessoa talvez veria uma pessoa muito fria, havia alguns traços de amor", recordou o filho de 44 anos, que viveu 19 anos em França e regressou recentemente a Angola.

O livro apresenta ainda o fundador da UNITA como "uma pessoa que gostava muito de futebol", particularmente do Benfica e da selecção do Brasil, dono de "gargalhadas que se ouviam a não sei quantos metros" e "pai carinhoso, bondoso e rigoroso", sobretudo, em relação à educação dos filhos.

A obra é prefaciada por Paulo Lukamba "Gato", deputado da UNITA, e por Anne-Marie Goussard, presidente da delegação francesa da International Society for Human Rights e presidente da associação Solidarité-Angola. Já o posfácio ficou a cargo de Jacques Godfrain, antigo ministro francês da Cooperação.