Este adiamento, embora sem que a ligação ao tema fosse feita, pelo menos que seja público, sucede depois de a visita do primeiro-ministro português, António Costa, ter sido anulada, pouco antes da sua confirmação oficial, no seguimento de notícias da imprensa portuguesa dar conta da constituição do Vice-presidente de Angola em arguido, acusado, entre outros crimes, de corrupção.

A visita dos parlamentares portugueses estava na agenda dos dois parlamentos para este mês mas, segundo a imprensa portuguesa, foi atirada para depois das eleições, adiantando a Assembleia Nacional de Angola como justificação "actividades parlamentares inadiáveis".

O deputado Marco António Costa, que lidera a comissão do Parlamento português encarregue dos assuntos da Defesa, adiantou que recebeu a indicação de adiamento da visita, admitindo que esta decisão tenha subjacente questões relacionadas com a realização das eleições gerais de Agosto.

Todavia, apesar da tensão evidente entre os dois países, alimentada pelas sucessivas polémicas envolvendo processos judiciais a dirigentes angolanos em Portugal, a Comissão de Segurança do Parlamento angolano deu a indicação de que se mantinha o interesse nesta visita, embora após o escrutínio que vai decidir quem é o sucessor de José Eduardo dos Santos na Cidade Alta.

A cooperação na área da defesa entre Angola e Portugal permite a presença de cerca de duas dezenas de militares portugueses em Angola, enquadrados em projectos de formação técnico-militar envolvendo a Marinha, o Exército e a Força Aérea.