"Os aumentos da função pública estão previstos no Orçamento Geral do Estado para 2017 e vão acontecer", disse o ministro, que está em Washington para participar nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
O Governo aprovou este mês, em reunião do Conselho de Ministros, um "aumento gradual" dos salários na função pública, adiantando que deverão ser, no limite, até 15%, para os salários mais baixos, por se tratar da inflação prevista pelo executivo para este ano.
Em 2016, devido à crise que o país atravessa, a inflação em Angola ultrapassou os 40%.
Questionado sobre se o aumento vai acontecer em Maio ou Junho, os dois últimos meses do semestre, o ministro repetiu apenas que acontecerá "durante o primeiro semestre deste ano" e não quis adiantar pormenores.
Sobre o aumento do salário mínimo, que também não sofre alterações desde 2014, o ministro disse que a decisão cabe à Assembleia Nacional.
"É uma matéria que está a ser discutida pelos nossos deputados, no parlamento, e estou aqui enquanto ministro para executar o que os deputados disserem. O salário mínimo é sempre resultado de uma concertação nacional, não da opinião do ministro ou de um simples cidadão", considerou.
Outra das medidas que o Governo angolano pretende adoptar é terminar com os subsídios ao gasóleo e gasolina "num futuro próximo".
"É uma decisão que está tomada pelo Executivo. Vem beneficiar uma gestão racional e equilibrada dos recursos do Estado e vamos prosseguir nessa senda. Esperamos concluir ainda em 2017 um estudo para eliminação de outros subsídios", explicou o ministro.
Archer Mangueira disse que "nos domínios da energia e águas" o país tem "subsídios bastante avultados" que "constituem um peso bastante significativo para o Orçamento Geral do Estado e que podem ser utilizados para despesa no âmbito social, para educação, para saúde, que o país tanto demanda".
O governante adiantou que "a programação macro-executiva do Governo orienta o Ministério das Finanças para um trabalho paulatino de eliminação dos subsídios" e que espera terminar esse trabalho "num futuro próximo."
O ministro angolano está em Washington para participar nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em que a decisão de terminar com os subsídios já foi elogiada.
"Subsídios nos combustíveis são fundos que podem ser usados em infra-estruturas ou programas que beneficiem os mais pobres ou mesmo os transportes. É possível reformar subsídios de energia e Angola fez isso", disse uma economista do FMI, Delphine Prady.