É sabido que Donald Trump é, ao mesmo tempo, um magnata do imobiliário, com propriedades com o seu nome estampado em quase todos os cantos do planeta e encontrar o pontinho no mapa mundi mais distante de qualquer uma delas não seria um exercício simples: mas o jornal norte-americano The Washington Post deu-se a esse árduo trabalho e foi dar com uma ilhota no extremo sul de Angola.

É na Baia dos Tigres, mesmo junto à fronteira com a Namíbia, que fica a pequena ilha, há muito abandonada, embora com o que resta de uma antiga povoação ainda bem visível, descoberta pelo jornal norte-americano como o local mais distante em todo o mundo de qualquer uma das centenas de propriedades integradas no seu "império" imobiliário, de onde sobressaem os hotéis e os campos de golfe.

É tanto assim que o nome Donald Trump a encimar uma propriedade mais perto da Baia dos Tigres fica a 6.600 quilómetros, no Dubai, e é um campo de golf.

Esta ilha, com cerca de 98 km"s quadrados, foi em tempos uma espécie de restinga, mas, graças à erosão gerada pelo movimento das correntes marítimas e pelas frequentes tempestades, a ligação a terra foi cortada, o que levou também ao despovoamento da localidade que ali existia, essencialmente povoada por pescadores, por altura da independência, em 1975.

Perante isto, face à sua conhecida teimosia, quando Trump receber no seu gabinete o resumo diário das notícias e perceber que há poucos lugares como este na Baia dos Tigres e, analisando o seu potencial turístico, pode muito bem decidir dificultar a vida aos que dele querem fugir...