A nossa vivência, as promessas feitas mas não cumpridas e os sonhos por se realizar podem, de certa forma, ajudar-nos a perceber o facto de que é enorme a distância que vai entre os objectivos anunciados e as metas alcançadas.

Embora muitos considerem os dois conceitos a mesma coisa, eles têm funções distintas no alcance dos resultados.

Objectivo é aquilo que todos desejamos alcançar. São exemplos de objectivos garantir o acesso à água potável, energia eléctrica, saúde de qualidade, educação, um melhor ambiente de negócios, etc., para todos os cidadãos.

Meta, por sua vez, compreende o tempo e os meios que serão utilizados para conquistar tais objectivos. Por exemplo, por quanto tempo o país precisa de dedicar no mínimo 20% do Orçamento Geral do Estado para garantir que nos próximos dez anos sejamos auto-suficientes em relação aos vinte principais produtos que compõem a nossa dieta alimentar.

Em resumo, o objectivo é o que todos e todas queremos ter, mas meta define como alcançá-lo. Sem uma ideia acerca da marca ou ponto onde termina o problema que os políticos dizem resolver, é normal que continuemos a aplaudir, sem o menor sentido de análise crítica, os anunciados propósitos daquilo que se pretende alcançar ou realizar.

*Coordenador do Observatório Político e Social de Angola (OPSA)

(Leia a opinião de Sérgio Calundungo na íntegra na edição 479 do Novo Jornal, nas bancas e também disponível por assinatura digital, que pode pagar no Multicaixa)