Na quarta-feira, segundo dia desta fase da greve, o SINPROF e o Ministério da Educação estiveram reunidos para discutir as condições mínimas para a interrupção da greve, mas, segundo explicou à Lusa o vice-presidente do sindicato, Manuel da Vitória Pereira, "nada ficou decidido", embora o sindicalista tenha admitido que há matéria conversada entre as partes é deve ser resguardada para não impedir quaisquer das possíveis soluções.

Neste momento, depois de três dias de greve no início do mês e nesta segunda fase que vai até 05 de Maio, depois de ter iniciado na passada terça-feira, 25, sabe-se que, como explicou o director-geral do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Escolar (INIDE), David Chivela, o Ministério da Educação, por orientação do Presidente da República, vai actualizar as categorias dos professores e proceder à sua transição do regime probatório para o regime efectivo, duas das reivindicações que constam da declaração de greve convocada pelo SINPROF.

Mas estas cedências da tutela parecem não satisfazer ainda os sindicatos, como apontou ontem, ao final do dia, Manuel da Vitória Pereira: "Neste caso concreto, estamos na posse de um dossiê que estamos a gerir, consideremos que as negociações prosseguem, estamos a reservar um pouco a informação da decisão que ainda não está tomada da nossa parte, pelo que, a situação mantém-se com a greve a decorrer", disse.

Isto, porque a actualização das categorias profissionais e a transição dos professores do regime probatório para o regime efectivo não esgotam o caderno reivindicativo da classe docente, que também exige a actualização dos salários, a criação de condições laborais e o pagamento de subsídios, fazendo destes pontos fora das cedências do ministério condição sólida, pelo menos até ao momento, para que seja possível equacionar a interrupção da greve.

Sabe-se também que no que respeita aos reajustes salariais, o Executivo entende que deve ser considerado o processo de actualizações em curso na função pública - tendo em conta que o aprovou recentemente aumentos para os trabalhadores do Estado, estipulando para isso um tecto máximo de 15 por cento e um mínimo de cinco.

Já sobre os subsídios, o Ministério da Educação deverá ultrapassar os impasses numa reunião com o SINPROF e os directores dos ministérios das Finanças e da Administração Pública, Emprego e Segurança Social.

Estas orientações já validadas pelo Presidente da República, resultaram de uma reunião interministerial, que juntou os ministros da Educação, Finanças, Administração Pública, Trabalho e Segurança Social e da Administração do Território.

No actual quadro de negociações, como explicaram ao Novo Jornal online alguns professores, o sindicato está confortável porque, devido à adesão aos dois períodos de greve, mais de 90 por cento nos dias 05, 06 e 07 de Abril, e acima de 80 por cento nos dois primeiros dias da actual fase, sabe que conta com o apoio da classe de forma esmagadora e, por isso, não tem de temer nada.

Mas é igualmente verdade que no seio da classe docente, como adiantaram os mesmos professores, cresce a ideia de que vai sendo hora de se chegar a um compromisso que permita dar por finda a greve, até porque se está em época de provas e nenhum professor tem prazer em prejudicar os seus próprios alunos.