O BPI, que é o segundo maior accionista do BFA a seguir à UNITEL da empresária Isabel dos Santos, "não contempla uma saída do BFA", garantiu Forero, apesar de o BPI ter, em Janeiro, desistido de controlar o maior banco privado angolano, onde detinha mais de 50 por cento do capital.

Com a venda de dois por cento do capital à UNITEL, cujo contrato foi assinado a 05 de Janeiro deste ano, por 28 milhões de euros, o BPI perdeu a sua principal fonte de rendimento, sendo disso evidência o facto de, em 2015, o banco angolano ter contribuído com quase 122 milhões de euros dos cerca de 183 milhões de lucro obtidos globalmente.

Com a perda de controlo do BFA, ainda assim o BPI manteve 48,1 por cento do capital do banco angolano, o que lhe permitiu contar com uma substancial presença, que, agora, e depois de os espanhóis do CaixaBank terem concretizado a OPA ao BPI, começa a esmorecer.

No entanto, apesar de ser já certa a diminuição da sua posição no BFA, o presidente executivo do BPI não quantifica os termos da saída, embora justifique a decisão com as imposições do Banco Central Europeu (BCE), que não reconhece o sistema de supervisão bancária angolana de forma a permitir que um banco europeu mantenha uma posição de controlo no seu capital, tal como o antigo líder do banco, Fernando Ulrich, já tinha, por diversas vezes, sublinhado.

Todavia, e apesar destes constrangimentos, que expõem algumas das fragilidades da banca angolana, Forero afirmou que os termos da diminuição da posição no BFA vão ser de modo a deixar a administração do BPI "tranquila em relação ao supervisor", embora seja um processo para se revelar "demorado" porque "a recomendação do BCE não é vinculativa e é de longo prazo"