O elenco governativo do primeiro-ministro Bruno Tshibala, que estava há quase um mês à espera que o Presidente da República, Joseph Kabila, confirmasse os nomes que lhe foram apresentados, anunciado na terça-feira, é composto, para além de Tshibala, por três vice-primeiro-ministros, nove ministros de Estado, 35 ministros e 11 vice-ministros.

A missão essencial dos 59 membros do executivo congolês é criar condições técnicas e financeiras para realizar as eleições, como a oposição exige e ficou plasmado no acordo assinado no dia 31 de Dezembro do ano passado, até ao final de 2017.

Perante a grave crise financeira que o país atravessa, potenciada pela ausência de um Orçamento de Estado, e com a violência que atinge quase todo o território, sejam as guerrilhas nos Kivus, Norte e Sul, ou os conflitos étnicos que sobressaem no Sul, especialmente no Kasai, com impacto substancial em Angola por causa do fluxo de refugiados para a Lunda Norte, a realização das eleições gerais não é encarada em Kinshasa como uma tarefa simples.

E é preciso ter em conta que o acordo em vigor, que uniu a Maioria Presidencial (MP) de Kabila, impedido pela Constituição de concorrer a um terceiro mandato, e a oposição liderada pela União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), do falecido Etienne Tshisekedi, e destacado opositor ao ainda Chefe de Estado, decorreu de uma série de confrontos nas ruas da capital congolesa-democrática que fizeram mais de 100 mortos, entre manifestantes e polícias.

Para já, o Governo de Bruno Tshibala vai ter de garantir financiamento para terminar o registo eleitoral em tempo recorde e, depois, encontrar forma de financiar as eleições, porque o Presidente Kabila já admitiu que o país não tem dinheiro para isso.

A comunidade internacional já admitiu financiar as eleições gerais, colocando como condição a garantia de que estas serão livres e transparentes e que Kabila deixa definitivamente o poder após a sua realização.