A decisão foi tomada, Domingo, na reunião do Comité Nacional do PRS, partido com assento parlamentar, realizada com o objectivo de eleger o cabeça-de-lista e o vice-cabeça-de-lista, antes do congresso agendado para o final do mês.

Em declarações hoje à agência Lusa, o secretário para a Informação do PRS, Manuel Ribaia, referiu que no encontro chegou-se à conclusão que se devia manter Eduardo Kuangana como cabeça-de-lista da candidatura do partido, porque ainda está em vigor o seu mandato.

"O mandato do presidente do partido ainda está em vigência e só termina após a eleição do novo presidente, que vai ocorrer a 31 deste mês. Neste caso, o presidente do partido foi eleito cabeça-de-lista para a condução do processo até à realização do congresso", referiu.

A realização do congresso do PRS deverá ocorrer entre os dias 29 e 31 deste mês, uma semana depois de encerrado o período de entrega de candidaturas às eleições gerais de 23 de Agosto, estipulado pelo Tribunal Constitucional.

Segundo Manuel Ribaia, o presidente que for eleito no congresso deverá substituir Eduardo Kuangana na liderança do partido e simultaneamente na lista de candidatos às eleições gerais. Esta alteração decorre do facto de o período para entrega das listas fechar a 21 de Maio, cabendo depois de ao Tribunal Constitucional aceitar eventuais alterações à sua composição.

"Isto porque o partido estava vivendo um impasse entre os três concorrentes [à liderança do partido], vivia-se um clima de crispação e ninguém queria deixar espaço a ninguém para ser o cabeça-de-lista, uma vez que ninguém estava eleito pelo congresso", referiu Ribaia.

Nesse sentido, os membros do Comité Nacional decidiram eleger o presidente actual para liderar a lista, seguido por José Carlos Vilenga Exclusivo, como o segundo nome da lista, candidato a vice-Presidente da República, membro conselheiro do partido.

O encontro serviu igualmente para ratificar as candidaturas procedentes dos círculos provinciais, como a lista do círculo nacional.

São concorrentes à liderança do PRS, Benedito Daniel, actual secretário-geral do partido e líder da bancada parlamentar, João Baptista Ngandajina e Sapalo António.

Eduardo Kuangana, há 27 anos à frente da terceira maior força política da oposição angolana, desde a fundação do PRS, não concorre à sua sucessão, por questões de saúde.

O partido concorreu às primeiras eleições angolanas, em 1992, e elegeu seis deputados. Nas eleições de 2008 a sua representação subiu para oito mandatos e no escrutino de 2012 alcançou apenas três assentos parlamentares.