Apesar de Temer reafirmar que não deixa o poder e que está a ser vítima de "interesses subterrâneos" que o querem afastar para que "os bandidos" possam continuar a saquear os cofres do país, são cada vez mais os que se preparam para ir apertando o cerco judicial ao Chefe de Estado.

Esta sucessão de "apertões" a Michel Temer surgem depois de O Globo ter procedido à divulgação da gravação feita pelo magnata das carnes, Joesley Batista, onde este aparece a anuir a uma série de crimes, nomeadamente quanto ao pagamento de subornos ao ex-lider da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que se encontra preso por corrupção, para que mantenha a boca fechada.

E um dos movimentos de maior peso simbólico neste aperto a Temer acaba de chegar pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que decidiu entregar na Câmara dos Deputados um pedido de abertura de um processo de impeachment alegando que "cometeu um crime de responsabilidade".

"O relatório foi elaborado por uma comissão formada por seis conselheiros federais e concluiu que as condutas do Presidente da República, constantes de inquérito, atentam contra o artigo 85 da Constituição e podem dar ensejo para pedido de abertura de processo de impeachment", diz o parecer da OAB, citado pelo jornal O Globo.

Mas também nas ruas cresce a vontade de ver Temer pelas costas, com muitos milhares de pessoas a encherem manifestações por todo o país exigindo a saída do Presidente, recuperando o antigo slogan das eleições "Directas, já!".