Não vai ser preciso esperar muito para se saber. É já na quinta-feira que a OPEP e a Rússia, mas não só, vão reunir em Viena de Áustria para decidir o que fazer com o acordo assinado em Novembro de 2016 que previa cortes na produção para fazer escalar os preços do petróleo.

O que está na mente de quase todos os analistas dos mercados petrolíferos é que a redução em 1,8 milhões de barris por dia (mbpd) nestes cinco meses, de 01 de Janeiro até agora, não foi suficiente para cumprir o pri8ncipal objectivo do acordo: secar os stocks das grandes economias, criando uma situação de défice de oferta face à procura.

Mas é igualmente certo que essas mesmas grandes economias começam a dar sinais de estarem a ser afectadas pelos cortes, como é o caso dos EUA, a maior economia mundial e o segundo maior produtor de petróleo do mundo, com 10,5 mbpd, atrás da Arábia Saudita, com 11 mbpd e à frente da Rússia, que pouco passa dos 10 mbpd.

Isto, porque os medidores periódicos dos stocks norte-americanos apontaram em Abril para uma quebra de cinco milhões de barris, o que já não sucedia há muito tempo. Este dado é um dos indicadores de que a OPEP e aliados vão prolongar os cortes o mais que puderem, falando-se já para Março de 2018, como defendem a Arábia Saudita e a Rússia.

E, se assim acontecer na quinta-feira, na capital da Áustria, os mercados deverão, finalmente, levar o preço do barril para onde o "cartel" pretende e as economias mais dependndentes do preço do barril, como é o caso de Angola e da Nigéria, ou da Venezuela, anseiam que aconteça, para se libertarem das graves crises económicas que enfrentam.

Para já, tudo parece estar a correr bem, até porque o acordo ainda não foi prolongado e o preço já está a subir, com o Brent londrino, que serve de referência às exportações angolanas, a ser vendido hoje acima dos 53 dólares, quase mais quatro que há duas semanas.

Para Angola, como já o admitiram o ministro dos Petróleos e a presidente da Sonangol, o barril estará de acordo com as expectativas mínimas à volta dos 55 USD, segundo Isabel dos Santos, e entre os 60 e os 70, nos cálculos de Botelho de Vasconcelos.

Para já, ainda não está nesses patamares, mas há analistas e especialistas que não têm dúvidas de que estes números vão ser largamente ultrapassados, podendo colocar-se mesmo acima dos 75 USD por barril, quando os cortes estiveram com o seu impacto nos mercados consolidado.

Mas existem riscos, como o Novo Jornal online tem vindo a contar aqui, e, por exemplo, aqui. E o problema dá pelo nome de "fracking" ou petróleo de xisto e chega dos EUA.