A ligação rodoviária entre os municípios de Viana, Cazenga e Cacuaco, pela rua do Morro de Areia, continua condicionada devido à falta da ponte que foi demolida há dez anos aquando da reabilitação dos caminhos-de-ferro de Luanda.

Na ocasião, as autoridades governamentais haviam prometido recolocar a ponte no prazo de 15 dias, o que não foi cumprido até ao momento. No passado mês de Fevereiro, uma nova promessa voltou a reacender a esperança dos moradores e automobilistas que são obrigados a procurar alternativas difíceis para chegar às suas residências, que distam escassos metros da estrada principal, a Avenida Deolinda Rodrigues, separada pela linha férrea.

A promessa da colocação de uma ponte metálica com dois sentidos, para substituir a antiga ponte do Morro de Areia, foi feita ao Novo Jornal pelo actual administrador municipal adjunto para a Área Técnica, Infra-Estrutura e Serviços Comunitários, Fernando Ernesto Binge, que, na ocasião, avançou o período de um mês para o início dos trabalhos.

"Dentro de 30 dias, iremos então proceder à montagem da estrutura. Estamos apenas a preparar as condições técnicas para que se inicie já a construção das bases de betão, onde irão assentar as estruturas metálicas duplas. Trata-se de uma ponte com duas faixas de rodagem", disse na ocasião Fernando Binge, nas vestes de director municipal do Ambiente, Gestão dos Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários da Administração Municipal de Viana.

Com a reposição da ponte, Fernando Binge adivinhava um futuro risonho para as populações daquela zona, também conhecida por "Ponte Partida". Para além da colocação da ponte, a Administração de Viana previa a asfaltagem da via que, de acordo com Fernando Binge, irá impulsionar a actividade económica da zona que ficou "bastante" afectada com a demolição da antiga ponte.

"Prevemos também colocar equipamentos para melhorar a via que se encontra bastante esburacada. É uma via intermunicipal que facilitava os negócios dos empresários e das pessoas singulares. Com a montagem da nova ponte, iremos repor o desenvolvimento socioeconómico das populações, que verão, de igual modo, retomada a ligação rodoviária entre Viana, Cazenga e Cacuaco", augurou o interlocutor.

Recuando no tempo, aquele responsável explicou que a antiga ponte foi retirada devido ao perigo que apresentava, por causa do mau estado técnico da mesma. "A ponte foi retirada pelos Caminhos-de-Ferro, aquando do alargamento da linha férrea. Tecnicamente, ela já não oferecia condições e representava um perigo muito grande para as populações. A ponte era bastante estreita e, quando as viaturas passavam, estremecia. Logo, houve necessidade de a removermos e é chegado o momento da sua reposição", disse, confiante, o responsável municipal, lembrando que a retirada da infra-estrutura não só afectou os moradores dos Mulenvos de Cima, como os restantes munícipes.

No entanto, cerca de três meses depois da promessa feita em entrevista ao Novo Jornal, publicada na edição 470, de 17 de Fevereiro de 2017, a administração de Viana ainda não honrou o compromisso. Os trabalhos, que teriam iniciado no prazo de um mês, nunca chegaram a ser efectuados, constatou nesta semana a nossa reportagem.

O Novo Jornal tem procurado contactar o administrador municipal adjunto para a Área Técnica, Infra-estrutura e Serviços Comunitários, Fernando Ernesto Binge, para novos esclarecimentos sobre o assunto, mas este tem