Esta nota interna emitida pelo Ministério da Saúde, com data de 15 de Maio, a que o Novo Jornal online teve acesso, surge no rasto de um conjunto de medidas preventivas tomadas pelo Governo da RDC em colaboração com agências da ONU, nomeadamente a Organização Mundial de Saúde (OMS), depois das autoridades sanitárias congolesas terem confirmado cerca de três dezenas de casos e três mortes.

Esta epidemia, como o Novo Jornal online noticiou, teve o seu foco inicial na zona sanitária de Likati, área de KIssangani, na província de Bas-Uéle, no Norte da RDC, foi considerada de alto risco de alastramento, devido às intensas migrações que se registam, não só interna, como também para os países vizinhos, nomeadamente a República Centro-Africana, o Sudão do Sul e a Nigéria, tendo este último país já colocado no terreno um cordão sanitário para impedir a progressão desta febre hemorrágica de alta letalidade.

Fresca na memória está ainda a epidemia de Ebola que em 2014 matou mais de 11 mil pessoas e deixou cerca de 30 mil doentes na África Ocidental, especificamente na Libéria, Serra Leoa e Guine-Conacri, tendo evoluído ainda, embora com menor intensidade, para a Nigéria.

Face a este cenário, o Ministério da Saúde angolano emitiu uma nota interna, com o nº 06/2017, de 15 de Maio, onde recorda que a epidemia na área de Likati já foi confirmada pelas autoridades sanitárias congolesas.

O documento define de forma clara as medidas que as unidades de saúde nacionais e provinciais devem assumir no âmbito da preparação profiláctica para o eventual alastramento da doença para Angola, conforme determina o "ponto focal do regulamento sanitário internacional".

Na nota a que o Novo Jornal online teve acesso, o Ministério da Saúde, enfatizando que se trata de uma doença altamente contagiosa, determina que "todas as direcções provinciais e em particular as unidades sanitárias do país devem manter-se em estado de alerta" observando um conjunto de medidas igualmente especificadas no documento.

Entre estas estão o "reforço da vigilância epidemiológica", ainda a "investigação imediata de rumores" e a "notificação imediata dos níveis hierárquicos superiores".

A nota interna do Ministério da Saúde sublinha ainda que "todos os casos suspeitos são de notificação obrigatória".

Este conjunto de regras impõe igualmente que em todas as províncias do país seja criada uma unidade de saúde de referência para lidar com os casos suspeitos e proceder às investigações necessárias, sendo ainda obrigatório o internamento dos casos sob suspeita, bem como o cumprimento rigoroso das regras de segurança individuais.