O director, Paulo Jorge Van- Dúnem, lamenta esta realidade, pois de um centro de produção nacional, com capacidade para produzir cerca de 50 próteses por dia, passou a atender apenas casos pontuais, concebendo agora quantidades residuais.

Questionado sobre o que fazer para reverter esta realidade, o responsável é de opinião que o ideal seria que as organizações internacionais voltassem a prestar o apoio que davam no período do conflito armado.

"A guerra acabou, as armas calaram-se, mas o País tem outros desafios ligados à recuperação das pessoas, sobretudo as que ficaram deficientes, referiu, explicando que "muitos dos cidadãos deficientes se dedicam à agricultura rudimentar, facto que faz com que as próteses durem apenas um a dois anos, necessitando de reparação ou de substituição".

Paulo Jorge Van- Dúnem declarou ainda à Angop que nem todos têm a possibilidade de proceder à sua substituição, uma vez que quase não existe produção de próteses no País.

João Chinguanda Mauricio, chefe de Departamento Técnico da mesma instituição, espera que o governo crie medidas para aumentar a produção de próteses, a fim de se dar uso ao equipamento instalado no Centro de Reabilitação Física de Viana, o que não tem sido possível com a falta de matéria-prima.

As organizações internacionais deixaram de prestar apoio a Angola no fabrico de próteses e orteses a partir de 2004. A falta de matéria-prima, na sua maioria importada, devido à crise económica e financeira que o País enfrenta nos últimos anos devido à queda do preço do barril de petróleo, aumentou as dificuldades na produção, destinada a pelo menos 23 mil ex-militares deficientes, segundo números avançados pelo Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

A estes números juntam-se ainda os das vítimas de minas e os dos deficientes amputados de membros superiores ou inferiores devido à diabetes.

O Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria rubricou, no ano transacto, um memorando de entendimento com o Ministério dos Veteranos da Pátria da Coreia do Sul, que deverá dar resposta a esta problemática, com a criação de condições para a produção de próteses.

Entre as várias acções a desenvolver está a formação de quadros e a construção de um hospital para antigos combatentes com equipamentos de ponta para a recuperação dos cidadãos deficientes.