Esta reacção, porém, nem sempre ocorre nos termos mais correctos e oportunos porque, quando o faz, ou assume uma postura demasiadamente musculada, ou fá-lo já num momento de alguma extemporaneidade. Curiosamente, na semana passada, aquando da disseminação do boato sobre a alegada morte do Presidente da República nas redes sociais Facebook e WhatsApp - já agora, aproveitamos o ensejo para manifestar a nossa denegação relativamente ao conteúdo dessas informações - o executivo teve uma reacção estranhamente oportuna, mas infelizmente cobarde.

Ora vejamos, para quem esteve a acompanhar o boato sobre a saúde do Presidente pela via das redes sociais e para quem está habituado a lidar com a comunicação, perceber-se-á que a melhor maneira de combater o boato é disseminar o maior número possível de informações oficiais que o contrariem.

Mas esta informação não pode ser uma informação qualquer que, ao invés de ajudar a esclarecer a situação, torne ainda mais nubloso o entendimento do facto ou no mínimo não ajude a desconstruir a desinformação que é disseminada, reforçando suspeitas de que aquilo que está a ser relatado como boato pode ser verdade. Ou seja, não se pode combater um boato com silêncios, nem com meias palavras. O discurso tem de ser assertivo, convincente e credível.

(Pode ler esta crónica integral na edição nº 483 do Novo Jornal, nas bancas, ou em digital, cuja assinatura pode pagar no Multicaixa)