António Guterres, numa nota publicada no site da ONU, ressaltou esta generosidade, que o próprio lembrou com ênfase na primeira deslocação que fez à União Africana pouco depois de assumir o cargo em Janeiro deste ano, é traduzida em 58 por cento dos efectivos que compõem as forças de paz em todo o mundo.

No mesmo documento, o SG da ONU lembra que são mais de 56 mil os militares, polícias e peritos africanos que integram estas missões.

Face a este cenário, Guterres sublinha que o relacionamento da ONU para com o continente africano é de "profunda gratidão", até porque são os países africanos também quem mais acolhe refugiados, sendo isso uma clara "demonstração de grande generosidade".

No capítulo das críticas, António Guterres sublinha os muitos conflitos armados no continente, que justifica com as "lutas pelo poder e pelos recursos", apontando de forma veemente as consequências destes mesmos conflitos, como a "desigualdade, marginalização, desprezo pelos direitos humanos e divisões sectárias".

Sem deixar ainda de apontar o dedo ao que muitas vezes alimenta estes conflitos armados, como o "extremismo violento", sem ignorar que, apesar de tudo, estão em África algumas das economias que mais crescem em todo o mundo.

O SG da ONU quer ainda que a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável a a Agenda 2063 para África cumpram os objectivos para que os povos "beneficiem plenamente dos dois esforços importantes" em áreas como "o ensino, a formação ou o trabalho decente".

O Dia de África comemora a fundação, em 1963, da União Africana, então Organização da Unidade Africana.

A OUA foi criada a 25 de Maio de 1963 em Addis Abeba, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes, para enfrentar o colonialismo e o neocolonialismo e apropriação das suas riquezas. A OUA foi substituída pela União Africana a 9 de Julho de 2002.