"Eles dizem que compraram as casas, mas a documentação que eles apresentam é toda falsa", assegurou ao Novo Jornal online o administrador para a área Política e Social da Camama, acrescentando que "muitos cidadãos aproveitaram para ocupar as residências devido ao tempo de abandono das habitações".

O responsável disse ainda que "a administração soube das irregularidades depois da denúncia ter sido feita pelos reais proprietários"

Wilwitschia da Costa, funcionária pública e moradora do condomínio do BPC desde 2013, garantiu ao Novo Jornal online que fez o negócio da residência "por 40 mil dólares, com os homens do serviço da fiscalização da administração do Camama".

"Não ocupei nenhuma casa de forma ilegal. Eu paguei-a. Não sabia que os senhores que fizeram o negócio comigo eram bandidos. Quando fizemos o negócio, eles estavam com coletes e passe de identificação da Fiscalização da administração da Camama", lamenta. E deixa um pedido de ajuda: Peço a quem de direito para nos ajudar, pois tenho quatro filhos e não sei onde vou morar".

João Domingos, também morador, conta que os documentos que possui foram entregues pelos fiscais da administração quando comprou a casa: "Estão a obrigar-nos a abandonar as residências. O senhor administrador diz que estas casas têm outros proprietários. Estou a viver aqui há quase cinco anos. Vamos deixar as casas, mas ele tem a obrigação de arranjar um sítio para nós vivermos", afirmou.

Rosa Santos, outra ocupante das residências do condomínio, também deixa um pedido de auxílio à administração para a área Política e Social da Camama: "Tenho cinco filhos, três dos quais estão a estudar aqui, não sei o que fazer. Os meus filhos não podem perder o ano lectivo. Não tenho outro sítio para me hospedar".

Questionado sobre o local onde vão ser alojadas as mais de 100 pessoas expulsas a partir de segunda-feira, Luís Canje respondeu que "não é responsabilidade da administração arranjar lugar para abrigar estas famílias".