O júri do prémio, que recebeu candidaturas de mais de 80 países, anunciou que escolheu o projecto de Kiluanji Kia Henda, nascido em 1979, em Luanda, cidade onde continua a viver e a trabalhar em áreas que cruzam a fotografia, vídeo e "performance".

Kiluanji Kia Henda é o primeiro artista africano a vencer este prémio, criado em 2014.

A proposta do artista, vencedora do Frieze Artist Award 2017, tem como título "Under the Silent Eye of Lenin", e consiste numa instalação de duas partes, inspirada no culto do marxismo-leninismo no período pós-independência de Angola.

O artista faz um paralelismo entre esse culto, e as práticas de feitiçaria durante a guerra civil no país, aplicando também narrativas de ficção científica usadas durante a Guerra Fria entre as então superpotências mundiais dos Estados Unidos e União Soviética.

A instalação pretende suscitar a reflexão sobre a ficção e o seu poder de manipulação como arma em situações de extrema violência.

"Under the Silent Eye of Lenin" irá mudar ao longo da apresentação da feira de arte.

O júri do prémio foi composto por Cory Arcangel (artista), Eva Birkenstock (diretora da Kunstverein, em Dusseldorf, Alemanha), Tom Eccles (diretor executivo do Center for Curatorial Studies, em Nova Iorque, Estados Unidos) e Raphael Gygax (curador), com Jo Stella-Sawicka (diretora artística das Frieze Fairs) como presidente.