Os meios portugueses vão contar já hoje com ajuda espanhola e francesa.

As chamas, que se alastraram a concelhos vizinhos, mantêm quatro frentes activas, duas delas com "extrema violência".

"Infelizmente, esta é seguramente a maior tragédia de vidas humanas de que temos conhecimento nos últimos anos em Portugal, em situação de incêndios florestais", declarou o primeiro-ministro português, António Costa.

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, expressou pesar pela perda de vítimas em Pedrógão Grande e anunciou a activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil.

O director nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou que o incêndio teve origem numa trovoada seca, afastando qualquer indício de origem criminosa.

"A PJ, em perfeita articulação com a GNR, conseguiu determinar a origem do incêndio e tudo aponta muito claramente para que sejam causas naturais. Inclusivamente encontrámos a árvore que foi atingida por um raio", disse Almeida Rodrigues.

"Conseguimos determinar que a origem do incêndio foi provocada por trovoadas secas", tendo sido a partir daí que o fogo se propagou, explicou o director nacional da PJ.

Este é um dos fogos que mais vítimas mortais provocou nos últimos anos em Portugal.

Na memória dos portugueses estão os grandes incêndios registados em 2003, de norte a sul do país, e que provocaram duas dezenas de mortos. Há mais de 50 anos, em Setembro de 1966, um fogo na serra de Sintra foi notícia em todo o mundo, devido à morte de 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF), quando tentavam combater as chamas.

Em Agosto de 2013, quando se registaram mais de 7000 incêndios, morreram nove pessoas - oito bombeiros e um civil - com 120 mil hectares de floresta ardida. Em 2012, centenas de incêndios registados provocaram seis mortos, quatro deles bombeiros.

Já no ano passado, os incêndios na Madeira provocaram três mortos e destruíram 37 habitações, uma situação que levou o Governo português a fazer um pedido de ajuda à União Europeia para o combate ao sinistro.

Em 1985, em Armamar, foram 14 bombeiros apanhados pelas chamas e que não resistiram, enquanto em 1986, em Águeda, o fogo provocou 13 mortos. Em Junho de 2006, no distrito da Guarda, cinco bombeiros chilenos morreram ao combaterem o fogo.