Esta iniciativa da Fundação Sindika Dokolo, erguida através de uma parceria com a Documenta, uma exposição de arte iniciada em 1955 por Arnold Bold, artista, professor e curador, na Alemanha, e que tem lugar de cinco em cinco anos, vai permitir criar condições para que artistas de ascendência africana possam desenvolver os seus trabalhos ao mesmo tempo que os expõem perante alguns dos mais exigentes e conhecedores críticos do mundo.

Este ano, as obras da Fundação serão exibidas em Kessel, Alemanha, a cidade berço da Documenta, onde se realiza a cada cinco anos, e também, em Atenas, na Grécia, onde acontece extraordinariamente, com a direcção artística em ambas as cidades a cargo de Adam Szymczyk.

A Documenta teve originalmente como objectivo, que mantém até hoje, ser a montra do que de melhor estava a ser produzido na arte contemporânea, com o acrescento à época de abrir caminho para que a Alemanha se pudesse libertar, bem como a arte e os artistas, da opressão nazi durante mais de uma década.

Como explica a Fundação Sindika Dokolo, que é uma das com mais pergaminhos no mundo no que diz respeito à arte africana, "esta importante colaboração cultural apoia 16 artistas que expõem o seu trabalho na documenta 14 de modo a realizarem as suas comissões artísticas subjacentes ao compromisso contínuo da Fundação em estimular e promover a arte contemporânea proveniente de África".

E é neste palco que a Fundação Sindika Dokolo vai estar presente com a sua colecção de arte africana, bem como, logo após o fecho da Documenta 14 em Kessel e em Atenas, abrir caminho até à capital angolana para uma nova exposição.

"Adam Szymczyk (Director Artístico) e Bonaventure Soh Bejeng Ndikung (Curador) iniciarão uma nova exposição que reunirá novamente os artistas e que viajará até Luanda", aponta a Fundação em comunicado.

"Esta nova exposição contará com os trabalhos apresentados na documenta 14, reformulados segundo o enquadramento da cidade, bem como os de múltiplos novos artistas visuais originais de África e da diáspora", acrescenta.

O derradeiro objectivo da Fundação Sindika Dokolo com esta parceria é colocar definitivamente Luanda no mapa mundial da arte, a que chama "plataforma artística única e multidisciplinar entre Kassel, Atenas e Luanda".

Neste contexto, o que é proposto é fazer com que esta permita o surgimento de um "intercâmbio cultural criativo nas comunidades artísticas internacionais e locais", estando prevista, com data a anunciar, a realização de um fórum de ideias e discussão de temas que vão da política à filosofia, identidade e arte contemporânea em África "para incentivar uma maior compreensão e colaboração entre artistas e académicos".

O grupo de artistas é composto por Akinbode Akinbiyi (Nigéria), Sammy Baloji (RD Congo), Bili Bidjocka (Camarões), Manthia Diawara (Mali), Theo Eshetu (Etiópia), Aboubakar Fofana (Mali), Pélagie Gbaguidi (Benin), iQhiya (África do Sul), Bouchra Khalili (Marrocos), Ibrahim Mahama (Gana), Narimane Mari (Argélia), Otobong Nkanga (Nigéria), Emeka Ogboh (Nigéria), Olu Oguibe (Nigéria), Tracey Rose (África do Sul) e El Hadji Sy (Senegal).